A permanência de Marcelo Cabo após a derrota por 4 a 0 no jogo contra o Paraná, no Brinco de Ouro, ainda repercute. Embora tenha sido respaldo pelo presidente Palmeron Mendes Filho, o “comando” do treinador pode ter sofrido impacto negativo em sua relação com o elenco do Guarani. O Só Dérbi apurou que o técnico e pessoas que cuidam de sua carreira ficaram decepcionados com a falta de unanimidade do trabalho da comissão técnica no CA (Conselho de Administração).
O mal estar vem um momento de queda no rendimento da equipe na Série B. O Guarani atingiu sua pior colocação na competição e venceu apenas 8 dos últimos 36 pontos disputados. A linguagem complexa, alternâncias táticas e substituições afoitas contribuíram para que sua permanência fosse colocada em dúvida.
A decisão de manter Marcelo Cabo partiu do próprio presidente Palmeron Mendes Filho mesmo com o CA dividido em relação a permanência da comissão técnica atual. O gesto do principal mandatário bugrino ocorreu também na reta final da Série A2, em entrevista ao jornal Correio Popular, quando Palmeron garantiu que Vadão ficaria, no mínimo, até o final da Série B. Enquanto tenta dar tranquilidade ao treinador, Palmeron precisará contar com bons resultados de Marcelo Cabo contra Paysandu e Criciúma para não se colocar contra as paredes novamente.
Se externamente o treinador Cabo ouviu críticas de torcedores e da imprensa, internamente viu os jogadores, de forma rápida e seca, buscando um discurso de união. Os atletas se mostraram pouco à vontade com o assunto e quase não houve respaldo público. O goleiro Vagner e o zagueiro Ewerton Páscoa foram os únicos que não se omitiram, mas destacaram a importância de mudar a postura para a sequência da temporada.
(texto e reportagem: Júlio Nascimento)