As missões de Pintado: buscar o acesso e transformar garotos em homens

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Tomo conhecimento sobre a multa aplicada no meia atacante bugrino Watson, após o desabafo realizado nas redes sociais, gerado por críticas da torcida por seu desempenho contra o Rio Branco.

O atacante Gabriel Rodrigues, uma das revelações do Guarani na última edição da Copa São Paulo, teve a participação “dosada” nas últimas rodadas da Série A-2. De acordo com o repórter Gabriel Ferrari, da Rádio Central, a medida é para podar as “asas” do jogador.

São fatos que mostram de maneira cabal os desafios de Pintado. Ele precisa buscar o acesso. Tem obrigação de formatar um time competitivo. Precisa motivar estrelas ou jogadores de renome que por acaso abracem a reserva. No caso dos oito garotos oriundos das categorias de base sua missão é mais complexa: formar homens.

Se promover garotos é uma atitude entrosado com a história e a trajetória do Guarani, é verdade que são adolescentes desprovidos em boa parte dos casos de maturidade e consciência dos desafios da profissão.

A urgência de manter-se focado, abdicar das ambições individuais e pensar no coletivo são conceitos fora dos padrões dos tempos atuais, em que cada um é dono de si e não se importa com o semelhante. Na vida e no futebol.

Estratégia adequada seria Pintado inspirar-se em um dos treinadores por qual foi comandado, Telê Santana. Na década de 1990, o São Paulo era uma referência de administração. O ex-ponta do Fluminense comandava o Centro de Treinamento da Barra Funda com mão de ferro.

Entraram para o folclore do futebol, os embates de Telê com jogadores deslumbrados e determinados a utilizarem o seu primeiro salário para adquirirem o carrão da moda. Catê, por exemplo, teve que devolver o veículo na concessionária e foi “obrigado” pelo treinador a destinar o dinheiro a adquirir uma residência para seus pais.

Os salários do Guarani em 2016 estão muito longe do padrão são paulino da década de 1990. Algo, por exemplo, dá para garantir: os métodos de Telê Santana fariam efeito no Estádio Brinco de Ouro. Que Pintado tenha idêntica percepção.

(Análise escrita por Elias Aredes Junior-Foto de Rodrigo Villalba-Memory Press)