Fernando Diniz será o técnico do Guarani. Em entrevista coletiva, o presidente Palmeron Mendes Filho já afirmou que sua intenção é contar com o profissional por toda a temporada de 2018. Com um objetivo em mente: buscar o acesso na Série A-2 e, posteriormente, na segundona nacional.
Todos conhecem decor e salteado a filosofia do técnico: compactação, toque de bola à exaustão, envolvimento do adversário e arremate apenas quando estiver em boas condições. Jamais esquecer a marcação solidária, típica dos técnicos com escola europeia nas veias. Também não preciso dizer que os frutos geralmente demoram para acontecer. Fernando Diniz é adepto dos treinos incansáveis, da repetição, até que o resultado apareça.
Este é o problema. Se o Guarani já terceirizasse de imediato o departamento de futebol, a segurança estaria na mesa. Gestores geralmente dão de ombros aos clamores da torcida, imprensa e conselheiros. Fica com suas convicções. Exemplo disso é o controlador do Londrina, Sérgio Malucelli, que só manteve Claudio Tencatti por seis temporadas devido ao seu desprezo pela opinião alheia.
E no Guarani? Fato é que na parte inicial da temporada a metodologia antiga de trabalho vai prevalecer. A mesma que catapultou Ney da Matta e Maurício Barbieri. Uma metodologia que fez Vadão ser demitido por telefone e em seguida abrir mão de Marcelo Cabo. Ou seja, dirigentes impacientes e por muitas vezes despreparados para o exercício do futebol.
Fernando Diniz precisa pisar no Brinco de Ouro com a consciência sobre a inexistência de escudos para assegurar seu trabalho a partir dos gabinetes. Ouso dizer: se conseguir o acesso na Série A-2, o técnico corre o risco de ficar por várias temporadas no Guarani, pois o novo controlador (provavelmente Roberto Graziano) deverá nutrir maior paciência e consideração.
Para saborear o novo, Diniz terá que ultrapassar o velho. Não será fácil.
(análise de Elias Aredes Junior)