Análise: a manutenção de Gustavo Bueno é um tapa na cara da torcida da Ponte Preta

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Não existe dirigente com maior índice de rejeição na Ponte Preta do que Gustavo Bueno. As redes sociais elegeram o gerente de futebol como o principal responsável pela queda à Série B do Campeonato Brasileiro. Erros na montagem do elenco, reposição mal sucedida no ataque, ausência de percepção para administrar o vestiário, incapacidade de prevalecer sua opinião perante os mandatários estatutários. Os equívocos são infindáveis e justificam a resistência das arquibancadas.

Qual seria o caminho natural? Olhar para o drama do ser humano, rescindir o contrato e procurar um novo executivo de futebol, mesmo se existisse a intenção de sustentar no banco de reservas Eduardo Baptista. Afinal, uma nova diretriz poderia produzir novos frutos ao treinador. Eis que Vanderlei Pereira vai contra todo o decálogo da sensatez e confirma o dirigente para a Série B e a confirmação do cumprimento do contrato até 2019.

A decisão pode gerar várias interpretação. Uma delas é que se a Ponte Preta for tratada como uma empresa a intenção é dar prejuízo. Afinal, o executivo designado para administrar contrata mal, erra aos borbotões, proporciona um prejuízo de, no mínimo, R$ 20 milhões – o que representa a queda no valor da cota de televisão – e, mesmo assim, recebe tapinha nas costas. É elogiado. Você conseguiria imaginar uma empresa premiar como melhor funcionário do ano alguém que lhe dê saldo negativo? Por essas e outras que a decisão de manutenção de Gustavo Bueno é de uma incoerência sem limites.

A resolução demonstra ainda o desprezo da diretoria executiva em relação à torcida. Faço outra figura de linguagem. Digamos que você está em restaurante. Você frequenta o local há anos e degusta costumeiramente uma comida de boa qualidade. De repente, tudo piora. Cai de ponta a cabeça. Você reclama ao gerente, que recebe reclamações de todos os lados. Não há outra saída, senão a de trocar o cozinheiro. Na Ponte Preta, a decisão é bancar quem trouxe dissabores. Se der certo, é algo próximo do milagre.

O torcedor é a razão de ser do futebol. É o combustível. Traz dividendos, proporciona riquezas e é alma que impulsiona projetos e homens. Tal conceito é catapultado às alturas na Macaca.

O que faz Vanderlei Pereira? Despreza estas opiniões e mantém a espinha dorsal do maior fracasso do clube nos últimos quatro anos. Como pedir ajuda, auxílio e colaboração da torcida diante deste desprezo? Está na hora dos dirigentes entenderem que o time alvinegro é muito maior do que o colégio eleitoral das eleições.

(análise de Elias Aredes Junior)