O Guarani perdeu dois de três jogos da Série A2 mais pelo rendimento individual do que coletivo. Mas já avalia as partidas contra o Água Santa e Batatais, ambas no Brinco de Ouro, como decisivas para Umberto Louzer, que teve duas semanas para equilibrar um time que ele não montou.
Na derrota de Barueri, Baraka subiu para o ataque para fazer uma função que não é a dele e originou o contra-ataque do gol da vitória do Oeste.
Em São Bernardo, em lances semelhantes, Marcílio e Erik comprometeram diretamente na construção dos dois gols do adversário.
Conhecendo os bastidores, somar seis pontos será o único jeito de Louzer não sentir a pressão no Brinco de Ouro. O treinador é um cidadão cheio de boas intenções e conceitos de futebol, mas ainda com pouca experiência de gestão e vestiário.
A cultura diretiva brasileira se baseia no resultado. Uma sequência de derrotas abala qualquer estrutura. Louzer precisará de autonomia da diretoria do Guarani, o que não ocorreu com Ney da Matta, Barbieri e Marcelo Cabo.
Nem mesmo Vadão, que havia recebido a promessa que seria técnico até dezembro, escapou. Realizou uma campanha acima da expectativa e ficou no G4 por 14 rodadas em um time que não caiu por conta de uma vitória a mais do que o adversário. Dirigentes não aguentam tamanha pressão e fecham os olhos e tapam os ouvidos até para grandes nomes na história.
Umberto enfrenta uma gestão que em média troca de treinador a cada dois meses. Se não receber respaldo, dificilmente conseguirá formar um time competitivo. Ou então será mais um na lista dos queimados pelos brilhantes dirigentes.
(análise de Júlio Nascimento/foto: Gabriel Ferrari-GuaraniPress)