Sobre Ponte Preta, Márcio Della Volpe e o direito de defesa

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Vivemos tempos tensos no Brasil. O futebol não fica atrás. Nem na Ponte Preta. Já se passaram alguns meses desde que foi detonada uma investigação administrativa em cima da gestão do ex-presidente Márcio Della Volpe. Na oportunidade, a atual diretoria disse que encaminharia provas e documentos para serem analisados pelo Conselho Deliberativo.

O site Só Dérbi apurou que após investigação, os documentos foram enviados e se encontram sob responsabilidade da diretoria executiva que com assessoria do departamento jurídica dará seu veridito final. Caso ele seja expulso do clube, ainda poderá pedir apelação junto ao Conselho Deliberativo. Della Volpe, por sua vez, enviou sua defesa por inscrito e arrolou testemunhas. 

Diante desse quadro, uma etapa é fundamental: assegurar o direito de defesa ao ex-dirigente. Por enquanto, as premissas estão sendo realizadas.

Insisto nesta tese porque a garantia de defesa é um requisito fundamental no Estado de Direito. É fundamental para que, qualquer que seja condenado ou absolvido das acusações administrativas Della Volpe precisa ter aceso a pleno direito de defesa, até para que a opinião pública não tome o processo como uma vingança política, já que Della Volpe e a atual diretoria estão em campos opostos.

A decisão final do Conselho Deliberativo, caso aconteça, seja pela condenação ou absolvição, tem que ser com base em critérios jurídicos e com documentos fundamentados, especialmente para que a partir dali a Macaca viva uma nova etapa em seus bastidores e na escolha de seus governantes.

Instrumentos de transparência precisam ser valorizados e aplicados diuturnamente para evitar o aparecimento de procedimentos que produzam decepção e amargura aos torcedores.Independente do resultado do julgamento, já é constrangedor para o clube julgar e analisar a conduta de um dirigente responsável por levar o time a uma final de Sul-Americana e ao retorno a divisão de elite do Campeonato Brasileiro, após o vice-campeonato da Série B em 2014.

(análise feita por Elias Aredes Junior)