2018 coloca tudo nos devidos lugares: o rival do Guarani é a Ponte Preta. E o adversário da Macaca é o Guarani!

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Durante a década de 1990, a Ponte Preta passou por uma crise técnica e financeira terrível. Devia aos montes, aguentava presidentes com grau aguçado de incompetência e o cenário serviu de bandeja ao Guarani, cuja torcida não cansava de tirar sarro e, por vezes, apelar para expedientes lamentáveis de chacota. Os bugrinos bradavam aos quatro cantos que seu time só poderia ficar ombro a ombro com os gigantes da capital. Que não tinha rival local.

Com a ascensão de Sérgio Carnielli e seus robustos investimentos no futebol, a Macaca reagiu. Sofreu nos anos iniciais, mas em 2001 embalou resultados positivos, como as semifinais de Campeonato Paulista e Copa do Brasil, além de participações marcantes no Brasileirão. O Guarani era desolação atrás de desolação. Rebaixamentos seguidos, quadro financeiro caótico e, por vezes, tinha que encarar um calendário indigesto, como Série A-2 do Paulistão no primeiro semestre e terceirona nacional na parte decisiva do ano. Ninguém precisa ser bidu para visualizar que frases como “rival faliu”, “quinta força do estado” e entre outros insultos ganharam as paradas das redes sociais.

Eis que chegamos em 2018 e, a partir de abril , bugrinos e pontepretanos vão se encontrar na mesma competição, a Série B do Brasileirão. No fundo, uma chance de ouro para reflexão e entender qual a força motriz do futebol campineiro.

Se pensarmos de modo prático, não há felicidade alguma em dizer que os dois times campineiros estão na mesma divisão. Basta dizer que o último dérbi na Série A nacional aconteceu em 2004. São 14 anos sem ver os dois times ao mesmo tempo na elite nacional. Um absurdo.

Outra: por mais que as duas torcidas neguem de pés juntos, a presença dos dois na mesma competição traz de volta um requisito fundamental: a comparação e o espirito de competição.

O torcedor do Guarani não irá suportar uma campanha de manutenção. Quer ficar na frente da Ponte Preta e, de preferência, na zona de classificação á divisão de elite. O pontepretano, por sua vez, pressiona a diretoria para buscar o acesso e a conquista do titulo. Muito fácil imaginar a justificativa: ser campeão nacional pela primeira vez na história e com o Guarani sendo coadjuvante seria a redenção completa.

Não escondo de ninguém que considero as duas diretorias especialistas em incompetência e decisões equivocadas. Mas quem sabe a rivalidade poderá trazer a ânsia por acerto e investimentos correto. E para deixar claro de uma vez por todas que o rival da Ponte Preta é o Guarani e que o Alviverde tem como adversário principal a Macaca. O que fugir disso é conversar para boi dormir.

(análise feita por Elias Aredes Junior)