Torcedor da Ponte, cante esta canção:
“Estava na tristeza que dava dó/ Vivia vagamente/ andava só/ mas eis que de reprente/ me apareceu um bortinho lindo/ me convenceu, dizendo; que eu devia vestir… “
Epa! Peraê, meu querido Wilson Simonal! Porque aqui é preciso fazer uma pequena correção na letra de seu clássico Vesti Azul.
É que não é esta cor que mudou a sorte da Ponte Preta. Foi sim o amarelo.
O mesmo amarelo que já trazia “bons fluídos” aos Moisés Lucarelli quando adotada pelo técnico Guto Ferreira.
Para começar a história do começo é assim: Guto Ferreira, na boa campanha de 2015, não abria mão de uma certa camisa amarela nos jogos da Ponte. Dizia que, de início, a cor tinha sido sugerido pela mulher, por não ser tão comum no futebol brasileiro, e uma vez que ele costumava reclamar dos coletes que os árbitros o obrigavam a usar no gramado.
– Porque não uma cor chamativa e pouco comum? – disse ela.
Como os resultados vieram, a própria torcida da Macaca adotou a camisa do então treinador como amuleto. Afinal, ninguém melhor do que o torcedor para adorar uma superstição. Senta no mesmo lugar. Veste a mesma roupa. Usa o mesmo relógio. O mesmo sapato. Dá três pulos antes de entrar no Estádio. Vale o que for para ajudar o time….
Pois bem, de volta ao amarelo. A cor da autoestima, do otimismo, da coragem e da abundância, segundo terapias cromáticas. O amarelo, um dos tons preferidos de Vicent Van Gogh. O amarelo que, ironia do destino, foi a cor “sugerida” pelo fabricante do material da Macaca, a Adidas, para ser o terceiro uniforme no Paulista.
O marketing era homenagear Campinas, mas todo mundo sabia que a Adidas queria usar o material de estoque.
E, claro, deu o que falar ver a nega-veia de amarelo. A torcida não se aguentou. Chamou de orelhão. Ironizou que era a cor dos Correios. Mas só até que a sorte começasse a mudar – ou o amarelo começasse a agir.
Pois hoje a camisa amarela da Ponte Preta virou um espécie de talismã. Invicta com retrospecto de quatro vitórias e dois empates. Com o uniforme comemorativo, a Macaca bateu Audax (3 a 1), São Paulo (1 a 0), Ferroviária (2 a 1) e RB Brasil (3 a 0), além dos empates contra São Bento (0 a 0) e Capivariano (0 a 0).
Resultado disso – e muito provavelmente a grande prova do amuleto – é que quarta-feira, contra o Corinthians, na Arena do Timão, a Macaca vai entrar em campo de amarelo. Tá, a informação não foi confirmada, mas diante da importância de um resultado positivo, alguém dúvida que um pouco de sorte não se nega?
A própria torcida da Ponte, nas redes sociais, rendeu-se ao “poder do amarelo” e faz campanha do “se é para o bem de todos, fique”. Até o treinador, Alexandre Gallo, já mostrou que, se depender dele, não abre mão do terceiro Uniforme!
E só para constar: Guto costumava contar que sua estreia com a camisa amarela no comando da Ponte foi justamente contra o timão. E a Macaca venceu por 1 a 0.
Será que a sorte se confirma, agora com elenco?
(Texto e análise Adriana Giachini)