Análise: Bruno Nazário é tudo aquilo que o torcedor do Guarani precisava

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Parecia certo que o futuro de Bruno Nazário seria bem distante de Campinas, após ser peça chave do elenco que livrou o Guarani do rebaixamento na Série B. Na pré-temporada, porém, as negociações com o Hoffenheim (ALE), detentor dos direitos econômicos do jogador, mudaram de rumo, mesmo com o interesse do Paraná, membro da elite do futebol brasileiro, e ele permaneceu no Alviverde.

O contrato de empréstimo junto ao clube alemão é até 30 de junho, além de um acordo verbal para permanecer caso não surjam propostas. O esforço da diretoria, juntamente com a boa vontade de Nazário, traz frutos saborosos ao torcedor bugrino.

A idolatria de Fumagalli, em seu último mês de carreira, é inegável, inapagável e incomparável. Mas o atleta de 23 anos também possui alguns dos predicados importantes.

Comparando os elencos do Guarani desde 2014, quando retornou à Série A2 do Campeonato Paulista, Bruno Nazário é o jogador mais habilidoso de todos. Tem a capacidade de decidir o jogo a qualquer momento, seja em uma bola parada ou em um lance individual. Seja com um chute de fora da área ou com assistência que desmonte a linha defensiva adversária. Ele é aquele típico jogador que, mesmo longe do ápice técnico e físico, é melhor do que vários outros pernetas que vestiram a camisa bugrina recentemente.

É lógico que os outros companheiros de ataque, Bruno Mendes, Erik e Rondinelly, são importantes e têm decidido boa parte dos jogos. Porém, quando a batata começa a assar, é em Bruno Nazário que o torcedor deposita maior confiança. Em outras palavras, espera-se dele que possa desequilibrar.

O Guarani de Umberto Louzer é uma equipe valente, disciplinada e focada. Sabe o que quer e o que precisa fazer para alcançar os objetivos. Nazário, assim como Lenon e Mendes, é um dos que se destacam por sua determinação e amor ao clube. Ou você está se esquecendo daquela partida decisiva diante do Luverdense, no ano passado, em que jogou com lesão no pé e que livrou a equipe do martírio da Série C?

São por essas razões que o jogador é tudo aquilo que o torcedor precisava. Com diversos rebaixamentos e frustrações ao longo do século, o bugrino precisava olhar para o campo, ainda sem estar totalmente recuperado dos baques, e sentir-se representado por quem tem a cara do Guarani, mesmo não sendo revelado pelo clube.

Se o meia vai continuar em Campinas depois da Copa do Mundo ninguém sabe. Só o tempo e as propostas dirão. Mas é plausível que o bugrino coloque, na perna esquerda do camisa 11, todas as suas fichas para que o time deixe este inferno, mais conhecido como Segundona Estadual, e volte a sorrir na elite do futebol paulista.

(análise: Lucas Rossafa/foto: Letícia Martins – Guarani Press)