A Ponte Preta está fora da fase decisiva do Campeonato Paulista. Pela primeira vez desde que as quartas de final foram introduzidas na fórmula de disputa, em 2011. O torcedor está chateado e preocupado. Teme pelo futuro no Campeonato Brasileiro, especialmente porque o elenco demonstrou limitações e a necessidade de várias contratações. A dúvida é saber se existe lastro financeiro no Estádio Moisés Lucarelli para suportar tantos compromissos.
Não há como fugir da constatação: se quiser arquitetar uma campanha decente no Campeonato Brasileiro, a Macaca terá que queimar etapas, trocar o pneu com o carro em movimento. Situação dramática. Em todos os sentidos. Renato Cajá, Roger, Kadu?São bons nomes, com plenas condições de fazer um bom rendimento, mas são insuficientes para retirar a desconfiança das arquibancadas.
Talvez o que falta para iniciar uma virada é que todos os integrantes da diretoria digam uma expressão simples, mas forte o suficiente para estreitar o relacionamento com seus torcedores. “Erramos, pedimos desculpas e vamos melhorar”. Simples, direto e cortante.
Parece papo piegas mas é essencial. Em primeiro lugar porque tal postura ajudaria a exterminar a imagem de que a atual diretoria tem uma postura prepotente, elitista e que se acha acima de tudo e de todos. Dê uma passeada pelas redes sociais, confira opinião de torcedores e verá que não exagero.
Um pedido de desculpas serviria como uma declaração indireta que a diretoria cometeu erros, reconhece os problemas e fará de tudo para corrigi-los. Uma posição de humildade da diretoria pontepretana serviria para que em um primeiro instante a revolta pela saída do Paulistão diminuísse e não acarretasse em obstáculos para a largada do Brasileirão.
Reforço: seria vital que o mea-culpa fosse conduzido por todos os componentes da diretoria. Nada de colocar Gustavo Bueno na arena de entrevistas. Apesar de ser o gerente de futebol e o condutor do processo de contratações e montagem do time, o dirigente é apenas um empregado do clube. Obedece ordens e apenas cumpre as diretrizes estabelecidas pela diretoria comandada por Sérgio Carnielli e Vanderlei Pereira.
Todos os dirigentes precisam assumir o ônus do fracasso e dos erros cometidos. Ah, nada de colocar o vice-presidente Giovanni Di Marzio como porta-voz. Muitas vezes este dá opiniões e coloca a cara para bater quando não tem relação nenhuma com o assunto. Ele não tem o direito e nem o dever de assumir a culpa sozinho. Todos precisam encontrar-se no barco. O mea culpa precisa ser feito por todos, sem exceção, independente de cargo e participação na diretoria. Seja qual for a função.
Grandes feitos são precedidos de pequenos gestos simbólicos. Que a diretoria pontepretana tenha a coragem de dar o passo inicial que vislumbre chance de sucesso no futuro.
(análise feita por Elias Aredes Junior)