Baldo e Carnielli protagonizam bate boca e reunião do Conselho Deliberativo da Ponte Preta é suspensa

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Tensão, confusão e bate boca marcaram a reunião do Conselho Deliberativo da Ponte Preta realizada na noite desta sexta-feira no Salão Nobre do Estádio Moisés Lucarelli. A pauta era a discussão e aprovação do balanço financeiro. A  confusão e a divergência foi tamanha que a reunião precisou ser suspensa e será retomada em data ainda a ser confirmada pela mesa diretora.

O clima já ficou tenso logo no preâmbulo da reunião, quando Conselheiros com dois anos de contribuição encontraram dificuldades para entrar no recinto. Apesar de não terem direito a voto, eles alegam que o estatuto da Ponte Preta dá direito para que eles sejam ouvintes nos encontros.

Na hora da discussão do balanço financeiro, outras reclamações vieram à tona. A principal foi a de que o documento havia sido publicado no site oficial apenas às 17h30 e de maneira sintética, sem a análise dos escritórios de contabilidade contratados para a operação.

Não parou nisso. Dois embates chamaram a atenção. O primeiro foi entre o ex-presidente da Macaca, Marcos Garcia Costa, de 80 anos, e o atual vice-presidente Sebastião Arcanjo, o Tiãozinho. Na discussão, Marcos alegou que teria direito de acessar o balanço conforme o que diz a lei Pelé.

O instante de maior tensão, no entanto, aconteceu quando o ex-presidente Nivaldo Baldo, conselheiro nato do clube, quis indagar a diretoria sobre as informações constantes no balanço financeiro e quase foi impedido pelo presidente de Honra, Sérgio Carnielli. Os ex-integrantes da chapa vencedora em 1996 entraram em uma discussão ríspida e bate boca e no final a mesa diretoria diante das divergências sobre qual melhor caminho para aprovação optou pela suspensão da reunião.

O documento divulgado no site oficial traz um déficit orçamentário de R$ 5 milhões. Após a conquista do troféu do interior, o presidente Abdalla admitiu que assumiu com um déficit de R$ 10 milhões da gestão anterior e que R$ 4 milhões foram quitado.

Atualização as 23h30: complemento de um conselheiro presente a reunião do Conselheiro. Ele afirma que a matéria contém lacunas. Abrimos espaço ao seu depoimento:

“Houve um embate oral entre Nivaldo e Carnielli. Mas esse não foi o motivo da suspensão da reunião. Quando o assunto do balanço foi colocado para discussão, vários conselheiros se manifestaram com várias propostas.

Conselheiros oposicionistas em virtude de o balanço só ter sido dado a conhecimento duas horas antes da reunião se posicionaram contra a discussão e votação e surgiu dentre eles a questão de ordem e foi sugerida que se encerrasse a reunião, mas isso inviabilizaria a publicação do balanço em abril como determina a lei.

Assim houve um consenso e a oposição sugeriu que se dependesse a reunião sem encerramento e se a deixasse em aberto pelo prazo de 10 dias para que os Conselheiros possam examinar o balanço analítico.

Colocada a votação do plenário a proposta foi aprovada por ampla maioria derrotando a posição dos membros da diretoria.

A mesa diretora do Conselho decidiu disponibilizar o balanço para exame na Secretaria do Conselho e não publicar no site tentando dificultar as consultas. A oposição com maioria representativa irá escolher uma comissão que junto com os membros irão analisar na própria secretaria e dar a conhecimento geral.

A situação apesar de há pouco ter eleito 150 conselheiros não resistiu à insatisfação da torcida representada pelos conselheiros presentes. A coisa começa a mudar lá pelos lados do Moisés. Eu estava presente. José Rodrigues de Almeida- conselheiro nato titular – oposição há 20 anos”

(texto e reportagem: Elias Aredes Junior)