Meu dérbi inesquecível: Ponte Preta 2 x 1 Guarani (07/03/1976)

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Vendo o site Só Dérbi me deparo com a coluna “Meu Dérbi Inesquecível”. Fui pesquisar e vejo que o meu completou 40 anos no dia 07 de março. Era um domingo chuvoso. Não era o meu primeiro derbi. Naquela época aos 11 anos, outros já havia presenciado. Em dois a marca terrível da pancada do baiano Davi que só acertava petardos contra nós. Mas era dérbi, chovia e fomos lá. Eu, meu irmão pela primeira vez e meu pai, um apaixonado por tudo que era Ponte Preta.

O Guarani, que já tinha um time forte se reforçava de estrelas, Flecha, ponta que já havia jogado na seleção, André, outro baiano bom de bola, artilheiro. E nós? Nós começávamos a montar a melhor Ponte Preta da história, uma garantia estava no banco, um cara que entendia como ninguém de futebol, Zé Duarte. Mas quem era Lucio, quem era Parraga, e um tal de Ordilei?

Sentávamos nas sociais descobertas, que ficava na divisa com a torcida bugrina (naquela época a torcida adversária ficava sob o portão de entrada). Provocações ocorriam, mas nada de mais, nós como sempre éramos a maioria.

E naquele dia o jogo começa, nós confiantes, mas temerosos. E o domínio do nosso ataque era absurdo. O matogrossense Lucio era algo impressionante. Dribles e mais dribles, para servir um outro cara que também mostrava o refino da bola, Parraga, Ponte 1×0.

Mas queríamos mais! Estavam entaladas aquelas derrotas com gols de Davi. E a Ponte vai cada vez mais para cima. Lúcio de um lado, Tuta na esquerda, no meio o maluquinho e provocador De Rossi. Ainda tínhamos a classe e toque de um ex-americano mineiro Pedro Omar. Lá atrás, o quarteto para a primeira estrofe do poema, “Jair, Oscar, Polozzi e Ordilei”.

Antes do final do primeiro tempo, Lúcio fez o dele. O Majestoso foi só festa! Foi minha primeira vitória em um dérbi. Virou uma paixão que já se vão 40 anos, um exercício de superar derrotas na vida, de saber que existe o amanhã, que vitórias virão, mas respeitar esse pêndulo que é a vida é o crescer, isso um 7 de março começou a ensinar-me….

(depoimento de Eduardo Surian Matias)

 

FICHA DO JOGO

AAPP – Moacir, Jair, Oscar, Polozzi e Odirlei; Pedro Omar e Marco Aurélio; Lúcio, De Rosis, Parraga e Tuta. Técnico: José Duarte.

GUARANI – Neneca, Odair (Mauro), Amaral, Edson e Deodoro; Flamarion (Marcos Paulo) e Zenon; Flecha, Renato, André e Davi. Técnico: Diede Lameiro.

Gols: Parraga aos 13 minutos e Lúcio aos 36 minutos do primeiro tempo; Zenon aos 36 minutos do segundo tempo;

Renda: Cr$ 314.505,00

Público: 21511

Cartões Vermelhos: De Rosis e André

Juiz: Emídio Marques de Mesquita

Local: Estádio Moisés Lucarelli, em Campinas.