Por que os goleiros não permanecem no Guarani?

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Wanderson, Pegorari, Rafael Santos, Juliano, Neneca. Parece ser unânime o diagnóstico que desde a saída de Emerson, no começo de 2013 e com 137 jogos disputados com a camisa bugrina, técnicos e dirigentes não acertam um inquilino de longa permanência no arco do Alviverde.

Motivos? Vários. Em alguns momentos os empecilhos burocráticos atrapalham. Wanderson teve boa participação no gol na Série C de 2014 mas foi devolvido porque era vinculado ao Capivariano. A irregularidade vitimou apostas que pareciam certeiras como o goleiro Juliano ou até mesmo Neneca, homem de confiança de Marcelo Veiga na Série A-2 de 2015 e que saiu sem deixar saudade.

Pegorari assumiu a titularidade no ano passado após falhas de Rafael Santos e foi desligado após o fracasso na última Série A-2. Falhou em alguns jogos? Sim e cito como exemplo o empate por 1 a 1 com o Rio Branco. Mas também salvou a equipe em diversos duelos. A diretoria poderia pesar e calcular uma boa dose de ponderação antes de tomar tal decisão.

O revezamento do gol bugrino é reflexo da instabilidade criada a partir dos bastidores. Afinal, como pedir bom desempenho de goleiro se a cada campeonato acontece uma troca de elenco e sem a manutenção de uma base?

Emerson viveu os frutos de um período mínimo de estabilidade. Assumiu o gol bugrino na reta final do Brasileirão de 2010. Jogou 24 partidas e sentiu o gosto do rebaixamento. Foi dispensado? Nada disso. Foi mantido e no ano seguinte participou do bom trabalho iniciado por Argel Fucks e finalizado por Vilson Tadei e que culminou com o acesso a divisão de elite regional. Na sequência, apesar dos sete meses de salários atrasados, o falecido técnico Giba e o preparador físico Walter Grassmann conseguiram blindar o elenco e formataram um time capaz de permanecer na Série B do Brasileirão.

Confusões a parte, Emerson fez parte da equipe montada por Marcelo Mingone, Vadão e Gersinho e que celebrou o vice-campeonato paulista. Um time bem estruturado não só no gramado, como também nos bastidores, em que Cláudio Corrente e Roberto Constantino estavam no comando do departamento de futebol.

Pergunto: se o clube vai bem ou dá condições mínimas de trabalho o que você acha que acontece com um goleiro de bom nível? Simples: joga bem. Emerson sentiu esta teoria na prática. E colheu os frutos, assim como o próprio Guarani.

Então, antes de cobrar o próximo goleiro, uma dica ao torcedor bugrino: peça um time competitivo e o mínimo de infra-estrutura, planejamento e ponderação nas resoluções. A possibilidade do camisa 1 fazer história será enorme.

(análise feita por Elias Aredes Junior- Foto de Rodrigo Villalba-Memory Press)