Guarani aprendeu de modo correto: experiência nunca é demais no mundo da bola

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Leandro Santos será apresentado nos próximos dias como goleiro do Guarani. Tem 31 anos. Destaque do Campinense na Copa do Nordeste, o arqueiro Gledson vai desembarcar no Brinco de Ouro com 33 anos. Fumagalli, craque incontestável do Alviverde, completará 38 anos em 2016.

Em um dos intervalos do programa “Central Esportiva” , na sexta-feira à noite, um debate surgiu a respeito da escolha do Guarani em privilegiar atletas veteranos nas contratações.

Alguns não deixavam de exibir o seu temor em relação a um possível desgaste gerado por um calendário com muitos jogos.

Discordei e tentei explicar a mudança de conjuntura. No Campeonato Paulista, realmente o risco de desgaste era tremendo com jogos as quartas e domingos e com tempo diminuto de recuperação. O risco de lesão ou de queda de produção era claro. Mesmo assim, não dá para dizer que Fumagalli fez um campeonato ruim. Pelo contrário. Foi participativo e decisivo em vários duelos.

Na Série C, a possibilidade de incremento na produção é enorme. Em primeiro lugar porque os jogos serão semanais. Especialistas em educação física afirmam que geralmente são necessárias 48 horas para viabilizar uma recuperação física dos atletas, inclusive com a cicatrização de microlesões musculares que surgem durante o esforço físico exigido por um esporte de alto rendimento.

Posteriormente, o Guarani não pode esquecer outro fator fundamental, que é a dinâmica da Série C. Você tem 18 jogos para ficar entre os quatro primeiros colocados e encara uma série de conjunturas adversas, como por exemplo campos esburacos e adversários que por vezes resvalam na violência. Se a meta é alcançada, você decide o acesso em dois jogos. 180 minutos e mais nada.

Ninguém ignora o potencial técnico dos garotos revelados pelas categorias de base. Mas você acha que eles darão conta da pressão advinda de conjuntura tão complexa? Nestas horas, a presença de atletas veteranos e experimentados será essencial. Não só para aplicar o esquema tático Marcelo Chamusca como também para fugir de possíveis armadilhas.

A atual diretoria do Guarani comete falhas no atacado e no varejo. Mas neste ponto da política de contratações está no rumo certo. Experiência nunca é demais.

(análise feita por Elias Aredes Junior- Foto de Rodrigo Villalba-Memory Press)