O absurdo total: o torcedor do Guarani terá que vigiar o companheiro de arquibancada

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No dia 03 de maio de 2014, torcedores do Guarani entraram em discussão e confronto físico nas arquibancadas do Estádio Décio Vitta, em Americana. A confusão foi registrada no empate por 1 a 1 contra o Madureira, válido pela Série C. O árbitro Jânio Pires Gonçalves registrou o incidente na súmula e o Guarani jogou contra o Juventude, no dia 01º de setembro do mesmo ano com portões fechados no estádio Nabi Abi Chedid, em Bragança Paulista. Ganhou a partida por 1 a 0, mas amargou prejuízo financeiro.

Aprendeu a lição? Nada disso. No dia 14 de setembro do ano passado, o Guarani venceu a Portuguesa por 1 a 0, no Brinco de Ouro e uma parte da torcida bugrina novamente pisou na bola. Na súmula assinada pelo árbitro Vinícius Gonçalves Dias Araújo foi registrado pelo árbitro que torcedores invadiram um camarote destinado aos dirigentes da Lusa.

Na ocasião, torcedores do Guarani rebateram a acusação e descreveram a atitude impensada dos cartolas adversários, que teriam atirado copos de plástico na direção dos torcedores do Alviverde. Resultado: perda de mando de dois jogos para a Série C de 2016. O primeiro será contra o Guaratinguetá e na quarta rodada, diante do Macaé. A primeira aparição no Brinco de Ouro será contra o Boa Esporte.

Recordo estes dois episódios para constatar uma nova tarefa imposta na Série C do Brasileirão: o torcedor do Guarani terá que fiscalizar o companheiro de arquibancada para evitar um agravamento da situação. Sim, porque na prática, o Alviverde terá sete jogos como mandante e dois em campo neutro. Mesmo com presença maciça do torcedor, seja em Sorocaba ou Barueri, é diferente do que você atuar no estádio em que não se conhece os atalhos, a densidade do gramado, referências para bater na bola, entre outros pontos.

A “fiscalização” deverá ser intensificada para não piorar um quadro que já é dificil. Diante da seca de títulos e classificações relevantes, uma parte da torcida bugrina está com os nervos a flor da pele. Pense: e se em determinada partida uma meia dúzia resolver adotar uma postura nada convidativa com torcedores ou dirigentes adversários? Pronto, está feita a lambança. Um novo relatório da arbitragem, mais julgamento do STJD e adeus mando de campo. O que já é ruim pode piorar ainda mais.

Se quiser disputar a Série B em 2017, não vai bastar a realização de um planejamento meticuloso, com armação de boas equipes, uma comissão técnica competente e dirigentes atentos as tramoias de bastidores. Cada pessoa que sentar na arquibancada do Brinco de Ouro, queira ou não, terá participação na campanha. Para o bem ou para o mal.

(análise feita por Elias Aredes Junior)