Guarani e Ponte Preta são integrantes da Série B do Campeonato Brasileiro. Lutam pelo acesso e encontram-se distantes da zona de classificação.
O dérbi motivou, mobilizou e fez a cidade parar. A Macaca celebrou o triunfo com dois gols de André Luís. Três dias depois, o Alviverde bateu o Criciúma com gol de Bruno Nazário.
Cenas isoladas e insuficientes para esconder algo constrangedor: Campinas não tem um craque incontestável. Alguém capaz de desfilar pelas ruas e ser carregado em triunfo. Aposto que esses dois personagens citados passam incógnitos pelas ruas. Não comovem, não geram qualquer sentimento. Nada. Acreditem: já foi diferente.
No final da década de 1970, a Macaca apresentava Dicá, o zagueiro Oscar e o goleiro Carlos. Os três tinham rendimento tão destacado que foram convocados para a Seleção Brasileira. O Guarani, campeão brasileiro, tinha Renato, Careca e Zenon.
Vem a década de 1980 e Jorge Mendonça arrebatava multidões. Tanto que sua transferência ao Majestoso foi cercado de controvérsia.
Djalminha, Amoroso, Luisão, Washington, Luis Fabiano, Mineiro, Piá, Lauro, Hiran. A cada ano e campeonato, novos candidatos surgiam. Campinas passa por altos e baixos sejam com um clube ou com outro. Não importa. Existia um ídolo de ocasião.
A carência é tamanha que aceitamos os últimos jogadores com rendimento mediano em boa parte do tempo como ídolos.
Na Ponte Preta, jogadores como Lucca, Clayson e Pottker seriam apenas coadjuvantes nas décadas de 1980 e 1990, enquanto Fumagalli virou ídolo incontestável ao passar boa parte do tempo com metade do seu potencial.
Pior: temos hoje defensores de que a mediocridade é o destino de Ponte Preta e Guarani. A saída é contentar-se com pouco.
Não há qualidade. Não adianta sonhar com boas campanhas por longo período de tempo. É acostumar-se com os farelos da bola. E sem craques. Triste.
(análise feita por Elias Aredes Junior)