Arquibancada: hora de assumir o protagonismo

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Como em outras atividades e, também no futebol, existe o real e o teórico. Nas duas áreas, a torcida pontepretana sente que os comandantes do clube têm medo de assumir um papel de protagonista em campeonatos viáveis. Tanto na realidade, como em teoria, o “medo” parece imperar há alguns anos no Majestoso.

Vejo essa Série B totalmente acessível em relação a título. Mas para isso as coisas precisam ser ditas e realizadas de forma que a torcida abrace o time e, em contrapartida, a equipe renda de acordo com o apoio que vem das arquibancadas. A formula é a mesma do biscoito “é fresquinho porque vende mais ou vende mais porque é fresquinho?”. As duas coisas são importantes para o sucesso no final do ano, torcida e a garantia do empenho do clube na busca desse ideal.

O episódio recente dessa química aconteceu na campanha da Copa Sul-Americana de 2013. A torcida percebeu que poderíamos buscar o caneco e assim houve uma mobilização do então presidente do clube, Marcio Della Volpe. Demos grandes demonstrações da força, marcamos presença e carregamos o time onde quer que ele fosse – não importando as dificuldades e a distância.

Alguns foram até para a Colômbia na partida contra o Deportivo Pasto. Depois foi a vez do Vélez na Argentina. Fomos ao Morumbi naquela noite chuvosa e na volta em Mogi Mirim. Em seguida, mostramos ao Brasil e aos países vizinhos a maior do interior no Pacaembu e, por fim, à Lanús.

Pelo Ranking geral da CBF somos o primeiro dentre os clubes da Série B. Mas isso é teoria. E a prática? Se procurar, desculpas existem aos milhares. “Time A ganha mais dinheiro de cotas de TV, time B tem patrocínio maior”, e assim vai e vai!

Mas o que importa é o fechamento entre clube e torcida! Hoje existe essa distância movida pela falta de ambição em resultados de quem comanda o clube. A grande realidade da Ponte Preta é que a torcida quer um título! Alguém no Majestoso tem a coragem de garantir que buscaremos a Série B em 2018? O que é mais importante em um clube de 118 anos e um dos 20 maiores do Brasil? O simples acesso ou acesso com título?

(artigo escrito por André Gonçalves – membro da Arquibancada do Só Dérbi/foto: Ponte Press)