Levantamento do Só Dérbi comprova: escala de arbitragem desequilibrada da CBF prejudica Ponte Preta no Brasileirão

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A torcida da Ponte Preta está inconformada com os erros de arbitragem no Campeonato Brasileiro. Não há como tirar a razão do torcedor em virtude daquilo que aconteceu nos jogos contra Internacional e Fluminense. É pouco pedir para a diretoria da Macaca intensificar o trabalho de bastidores na CBF. É preciso avançar e ir além.

Este jornalista do Só Dérbi pesquisou desde a tarde de domingo as escalas de arbitragem recebidas pelos nove integrantes da divisão de elite que não estejam incluídos entre os gigantes. São eles: Ponte Preta, Sport, América Mineiro, Coritiba, Atlético Paranaense, Vitória, Chapecoense, Figueirense e Santa Cruz. A conclusão é que o clube de Campinas pode reivindicar e reclamar que está sendo vítima de um desequílibrio na distribuição de juízes gabaritados nos seus jogos.

O critério de pesquisar apenas nove clubes foi estabelecido não só por causa de serem clubes de porte médio, mas também por receberem cotas bem menores em relação aos concorrentes, entre R$ 20 milhões e R$ 35 milhões. Ou seja, não tem condições de montar elencos de qualidade indiscutível e que sejam capazes de ultrapassar todo e qualquer erro de arbitragem.

Dividi a pesquisa em duas etapas. Na primeira fase, o foco era descobrir em quantas rodadas, os clubes jogaram com árbitro Fifa. Por que? Em virtude de serem os árbitros que reconhecidamente são os mais capacitados e a margem de erro ser bem menor. Neste quesito, a Ponte Preta recebeu árbitro Fifa em seis jogos (Palmeiras, Flamengo, Grêmio, Cruzeiro, Vitória e Sport).

Veja o ranking das equipes médias que receberam jogos com árbitro Fifa ( a relação completa das escalas você confere na seção de rolagem, abaixo dos destaques):

Sport (PE): 8 partidas (4 jogos contra os gigantes)

América Mineiro: 8 partidas (seis contra gigantes)

Coritiba : 8 jogos ( 7 contra os gigantes)

Atlético Paranaense : 7 jogos (quatro diante de gigantes)

Vitória contra: 7 jogos ( quatro contra os gigantes)

Chapecoense: 7 jogos (quatro diante dos gigantes)

Ponte Preta: 6 jogos ( quatro contra os gigantes)

Figueirense: 6 jogos (Dois contra gigantes)

Santa Cruz: 5 jogos (3 contra gigantes)

Nunca esquecer que a designação dos árbitros é realizada por sorteio para atender ao Estatuto do Torcedor. Só que mesmo sendo submetido ao destino das bolinhas, um detalhe chama atenção na Ponte Preta: nas últimas três rodadas, o time campineiro foi o único time de porte médio que não teve um árbitro Fifa nos seus jogos, que no caso foram as derrotas para Santos e Fluminense fora de casa e o empate por 2 a 2 com o Internacional no Estádio Moisés Lucarelli. Os outros concorrentes tiveram pelo menos um jogo com árbitro chancelado pela Fifa nos últimos 270 minutos. Claro, isso não gera automaticamente imunidade contra erros e garantia de pontos conquistados. Mas impossível ignorar a produção de tranquilidade aos envolvidos no confronto do gramado.

Como curiosidade, confira o desempenho de cada uma das nove equipes nas últimas três rodadas e quantos árbitros Fifa apitaram seus jogos.

Sport – 9 pontos em 3 rodadas – 2 jogos com árbitro Fifa (nas últimas duas rodadas)

Figueirense – 5 pontos em 3 rodadas – 2 jogos com árbitro Fifa

Chapecoense – 5 pontos em 3 rodadas – 2 jogos com árbitro Fifa

Atlético Paranaense – 4 pontos em 3 rodadas – 1 jogo com árbitro Fifa

Coritiba – 3 pontos em 3 rodadas – 3 jogos com árbitro Fifa

Santa Cruz – 3 pontos em 3 rodadas – 2 jogos com árbitro Fifa

Vitória – 1 ponto em 3 rodadas – 1 jogo com árbitro Fifa

América Mineiro- 1 ponto em 3 rodadas – 1 jogo com árbitro Fifa

Ponte Preta – 1 ponto em 3 rodadas – Nenhum jogo com árbitro Fifa

Deixo claro: a análise não acusa ninguém. Mostra apenas que a Macaca está sendo prejudicada por um desequilibrio na escala de arbitragem. Enquanto alguns recebem a fina flor do apito em muitos jogos, a Macaca ficou a ver navios nos últimos jogos. Como corrigir? Uma inserção forte junto a CBF para requisitar a presença no sorteio de mais árbitros autorizados pela entidade máxima do futebol. Ou seja, o trabalho é previnir-se. Para não chorar depois.

(texto, análise e reportagem de Elias Aredes Junior)