Guarani campeão 1978: uma viagem no tempo para verificar como a final do Brasileirão mexeu com Campinas

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No 13 de agosto de 1978, o Guarani entrou para a história do futebol brasileiro ao conquistar o título brasileiro com  vitória sobre o Palmeiras por 1 a 0 no estádio Brinco de Ouro. Tempos de ditadura militar, de ressaca pelo terceiro lugar na Copa do Mundo da Argentina e dúvidas sobre o potencial do atleta brazuca. Como estava Campinas naquela data histórica? Qual era o clima? A expectativa? Neste artigo vamos recordar estes detalhes ao torcedor bugrino, de acordo com relatos dos jornais “Folha de S. Paulo” e “O Estado de S.Paulo”.

Em 1978, o Brasil tinha 118 milhões de habitantes e Campinas, no minimo, 600 mil, já que no censo de 1980, de acordo com documentos da prefeitura municipal de Campinas, a população detectada no censo demográfico era de 664.566 habitantes.

Foi neste contexto que 30.255 ingressos foram colocados à venda sendo que 25.900 apenas no estádio bugrino. Da capital paulista, a expectativa era pelo aparecimento de 200 ônibus, determinados a acompanharem in loco o esquadrão palmeirense comandado por Jorge Vieira, praticamente com sua saída definida, independente do resultado. O público oficial da partida foi de 28.287 pagantes.

Na questão da segurança, o dia 13 de agosto de 1978 exigiu a utilização de um batalhão de 600 homens para vigiar uma torcida pronta para tremular uma batelada de 15 mil bandeiras verde e branca e mais 8 mil chapéus, além da venda de discos compactos com o hino oficial do Guarani.

Dentro do gramado, a semana de preparação foi norteada por costumes e superstições. No treinamento final, o então técnico Carlos Alberto Silva fez um coletivo inusitado: os titulares com camisa branca, o que foi utilizada na decisão e os reservas atuaram de verde, uniforme do oponente.

A superstição era acompanhada da fé do treinador bugrino, que evocava Jesus Cristos e Nossa Senhora nas entrevistas. Costume reforçado quando a conquista virou realidade. Ao redor desta áurea de expectativa, existia uma sensação de lamento, pois o goleiro palmeirense Leão, o armador Zenon e o lateral Pires não poderiam jogar.

Tantos cuidados e preparativos culminaram com o gol de Careca aos 36 minutos do primeiro tempo. A partir daquele instante, o então garoto de 17 anos eternizou-se no futebol nacional e internacional. E o Guarani nunca mais foi o mesmo.

(artigo escrito por Elias Aredes Junior- Foto tirada do blog Campinas de antigamente)