Quando Roger será absolvido em definitivo por parte da torcida da Ponte Preta?

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Na vitória da Ponte Preta por 2 a 0 sobre o Figueirense uma cena chamou atenção.  Roger recebeu evidência na partida e ganhou uma vaia ecoou no estádio Moisés Lucarelli. Implicância e relutância. Não adiantou a atuação impecável, a assistência no primeiro gol e o faro de gol para assegurar a vitória. Roger parece condenado. Vale relembrar sempre o passado. Apontar  o dedo e dizer que ele jogou no rival Guarani. Por mais que ele faça não adianta. Ele está condenado para uma fatia da arquibancada. Injustiça tremenda porque o episódio que causa urticárias no torcedor pontepretano ele não tinha o que fazer. 

Em 2010, eu atuava como repórter do jornal Tododia e acompanhava a atividade do técnico Vagner Mancini com seu elenco. Roger estava lá. Dedicado e focado. Profissional no último grau. A torcida do Guarani, especialmente as organizadas já estavam ressabiadas pela contratação devido a postura de Roger que nunca escondeu sua predileção pela Macaca. Na minha cabeça, isto era um detalhe irrelevante. Ele estava ali como um jogador de futebol. Profissional. Pago para exercer tal tarefa.

No final do treinamento, uma cena constrangedora. Um grupo de 20 a 30 torcedores entrou no Centro de Treinamento. Sem qualquer tipo de impedimento da diretoria presente no clube. Um dos homens tinha camisa do Guarani em uma das mãos. Aguardaram o final da atividade. Quando Roger surgiu para dirigir-se ao vestiário para tomar o seu banho o cerco foi imediato. Quase que uma emboscada. Um dos torcedores presentes, com cara de poucos amigos, só olhou fixamente para Roger e com a camisa em mãos esticou o produto em sua direção e disse: “Veste!”.

Pare e pense. Por maior que seja o amor de Roger pela Ponte Preta, o que poderia acontecer caso Roger recusasse a ordem? Teria retaliação? Poderia sofrer ameaças? E a família? E a integridade física dos filhos, pais, parentes? Como seria o cotidiano daquele dia em diante? Detalhe: naquela ocasião, não existia perspectiva nenhuma de negócio para o exterior. Ou seja, jogar no Guarani era sua sobrevivência financeira. Seria o que daria pão aos seus filhos. Resumindo: ele tomou a medida certa. Corretíssima. Vestir a camisa de determinado clube não modificou o que ele sente ao relação ao clube do coração e evitou consequências desagradáveis.

Sim, eu sei já escrevi sobre este tema e descrevi  a história. Mas parece que o ódio e o ressentimento são tamanhos que alguns (alguns) torcedores são incapazes de entender que seis jogos no Guarani  é um contingente muito menor do que mais de 120 partidas com a camisa da Ponte Preta. Pela postura profissional, já passou da hora de Roger ser absolvido pelos torcedores ressentidos da Macaca.

(análise feita por Elias Aredes Junior- Foto de Fábio Leoni-Pontepress)