Um dos jogadores mais regulares da temporada no Guarani, Ricardinho não disfarçou o descontentamento com o desempenho da equipe na derrota de virada para o lanterna Boa Esporte, no último sábado. Nessa segunda, o elenco se reapresentou com uma reunião com torcedores organizados e membros da diretoria e comissão técnica. Para o volante, capitão bugrino, a cobrança mais acintosa dos torcedores é justificada e pode servir de combustível nessa reta final de Série B.
“Vejo como um aspecto diferente, que foge da nossa realidade, do natural do dia-a-dia. Mas sem dúvida nenhuma, a gente tem que pegar de uma maneira positiva, saber que o torcedor tá do nosso lado e nossa responsabilidade de estar representando uma paixão tão grande como a do Guarani. Pegar como energia, como combustível, motivação pra que a gente entre com uma postura diferente nos próximos jogos.
No sábado, o Guarani abriu o placar com dois minutos de partida, mas mesmo assim acabou cedendo a virada para a pior equipe da competição. Para Ricardinho, o Guarani perdeu para ele mesmo em Varginha. Isso é o que mais incomoda o jogador.
“A gente não esteve nem perto daquilo que a gente pode fazer, a gente pode render melhor. Por isso incomoda bastante, nossa falta de competitividade num momento da competição em que a gente devia ter entendido melhor o que estava vivendo. Se a gente conseguisse render o que vinha rendendo, seria outra análise, mas a partir do momento que a gente perde da forma como perdeu, fica uma frustração, indignação, uma revolta muito grande.”
A seis pontos do G-4 e na nona colocação, a equipe precisa reverter um cenário amplamente desfavorável e embalar uma sequência de vitórias inédita nos últimos seis jogos do ano para seguir na luta pelo acesso. Isso, no entanto, depende do estado psicológico da equipe bugrina – muito criticada nas últimas quatro partidas.
“Quando você ganha, acaba trazendo uma confiança, algo positivo de um jogo pro outro. Quando perde, é da mesma forma. Mas acabamos trazendo um peso a meu ver desnecessário. Acho que passa um pouco pela imaturidade da equipe, cada jogo é uma história. A forma como perdemos pro São Bento, depois de criar uma expectativa, e depois aqui, dentro de casa, com os erros que cometemos contra o Avaí. Só que chegou a hora de botar um ponto final nisso, é importante ter maturidade. Nesse momento é importante cada um voltar a fazer o simples, tenho pregado muito isso com meus companheiros no vestiário, sujar um pouquinho mais o calção durante os jogos e colocar o coração na ponta da chuteira que sem dúvida nenhuma as coisas vão virar.”