Atitude mais banal é criminalizar Torcida Organizada. Dizer que eles não prestam, violentos e colaboram para a depreciação do futebol. Com todo o respeito, conceito de gente rasa e por vezes até hipócrita.
Certamente muitos desses saíram a campo para criticar um grupo de 30 ou 40 torcedores do Guarani que foram cobrar os jogadores após uma sequência de três derrotas na Série B do Campeonato Brasileiro. Em conjuntura normal, eu criticaria de modo veemente pelo fato de que aquele horário não era reservado ao jogo e sim para o trabalho de atletas e comissão técnica. Só que dessa vez, apesar de ainda não concordar, eu compreendo a atitude.
O ato dos torcedores nada mais foi um desespero por ver que o acesso escapa por entre os dedos e nada é feito.
Pare e pense: nestes dias e dias de queda de produção quando o presidente Palmeron Mendes Filho veio e conversou e cobrou no vestiário os jogadores de maneira veemente? Nesse período de três derrotas, quem da instituição deu a cara a tapa?
Vou além: se ele confia realmente no trabalho de Umberto Louzer, porque não dizer aos atletas sua decepção por ver que aquilo que é treinado não é colocado em prática?
Vou além: o Conselho de Administração tem várias pessoas na ativa. Por que só Palmeron precisa aparecer e dar explicações ? O que falta para entenderem de que é preciso dar um chacoalhão para recolocar tudo nos trilhos?
O torcedor só teve a reação de quem considera os dirigentes apáticos e sem iniciativa. Nos seus áureos tempos, tanto Leonel Martins de Oliveira como Beto Zini suportavam a reclamações dos torcedores, mas cumpriam com suas prerrogativas. Cobravam ou incentivavam os jogadores na tentativa de melhorar a situação.
Se Palmeron e os integrantes do Conselho de Administração fizerem com sua parte não há duvida que os protestos vão diminuir. Talvez até desaparecer. Mesmo se a bola demorar para entrar.
(análise feita por Elias Aredes Junior)