A Ponte Preta é de quem? Do povo. Por que está fora do clube? Boa pergunta!

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Dias e dias passam e as discussões na Ponte Preta ficam acaloradas. Suas decisões ficam sob o escrutínio dos conselheiros, diretoria executiva e também do poder de influência da imprensa. Deveríamos perguntar: de quem é a Ponte Preta?

A resposta óbvia deveria ser que a Macaca pertence ao povo. O estádio não foi obra de benesses governamentais ou financiamento por parte de mecenas. Foram homens e mulheres anônimos que entraram e participaram de Campanhas para deixar o clube pujante e ousado.

A Ponte Preta pertence ao povo porque as décadas de 1950 e 1960 foram notabilizadas por caravanas que rasgaram o interior e produziram histórias de abnegação e de amor. A Ponte Preta pertence ao povo porque o maior craque de sua história não é de laboratório ou fruto de uma pessoa que chegou em Campinas para vencer. Oscar Sales Bueno Filho, o Dicá, é campineiro nato, torcedor da Ponte Preta e nascido e criado no Jardim Santa Odila. Bairro popular. A simplicidade está estampada até no seu camisa 10.

Com tantas características e comprovações do DNA popular da Macaca, o que aconteceu para o clube transformar-se em um território de poucos? Qual foi o erro histórico para que hoje tudo que é relacionado a Ponte Preta fique ao redor de poucos nomes? Elitizados, sem vínculo com o povo, que é a razão de ser e de viver da Macaca?

Não foi um erro premeditado. Foi involuntário. Em 1996, quando foi eleito presidente da Ponte Preta, Nivaldo Baldo caiu no equívoco de tecer uma plataforma personalista. Ou seja, suas boas ideias ficavam apenas com ele, não havia conexão plena e total com as arquibancadas. Repito: ele não tinha tal intenção. Mas aconteceu.

A partir de sua renúncia, apesar do inicio voltado a uma gestão comunitária, Sérgio Carnielli personalizou ainda mais a gestão e tinha escudos para se proteger de eventuais falhas. Ele nunca errava. Quem errava era em um primeiro instante Marco Antonio Eberlim, depois Márcio Della Volpe e agora tudo está nas costas de José Armando Abdalla Junior. Junte-se a isso um esvaziamento dos debates internos, fruto do cerceamento de presidentes anteriores do Conselho Deliberativo. Diante disso, as redes sociais são instrumentos vitais para deixar o torcedor pontepretano mobilizado e com esperança de retomar aquilo que é seu de direito.

Para falar a verdade, o problema não é a Alvinegra deixar o escapar o acesso. O entrave principal são arquibancadas vazias, que são o reflexo de uma instituição sem participação popular. Aguardamos o dia em que o cadeado será arrombado e a Ponte Preta será ocupada pelo povo. O resto é perfumaria.

(análise feita por Elias Aredes Junior)