Giba Moreno, Guarani e a constatação: uma equipe pobre de ídolos e de referências na atualidade

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A sexta feira decretará o fim do dérbi 192, quando o Superior Tribunal de Justiça Desportiva julgará a atitude de Gilberto Moreno, componente do Conselho de Administração do Guarani e que após o empate sem gols contra a Ponte Preta no Majestoso aproveitou a entrevista do volante Ricardinho ao Sportv para exibir um cartaz provocativo ao rival. Em conjuntura normal, o dirigente deverá ser punido de modo exemplar, seja com a multa de R$ 100 mil ou a suspensão que poderá alcançar 720 dias.

Nas redes sociais e grupos de Whatsapp, o dirigente recebe apoio irrestrito da maioria dos torcedores. Mais do que uma provocação ao rival, a atitude das arquibancadas demonstra a pobreza vivida pelo Guarani em relação a dirigentes que gerem admiração. Uma atitude tosca e banal serve para que Giba Moreno seja ovacionado. Prova de que a torcida bugrina perdeu totalmente o parâmetro daquilo que pode ser considerado um dirigente de ponta.

Não falo de um clube qualquer. Jaime Silva entrou para a história por viabilizar a construção de um complexo capaz de hoje ser a tábua de salvação para o clube. O Guarani abrigou Leonel Martins de Oliveira, um dirigente condutor de estabilidade por toda a década de 1970 e que deixou Zé Duarte por seis temporadas seguidas. O que dizer então de Ricardo Chuffi, que na hora mais decisiva da história bugrina bateu o pé e exigiu a final do Brasileirão de 1978 no Brinco de Ouro? Lembre-se ainda de Antonio Tavares, que melhorou as instalações do Brinco de Ouro com a construção do Tobogã e formou com aliados um time que no Brasileirão de 1985 teve 85% de aproveitamento, superado apenas pelo Flamengo de Zico nas semifinais.

Poderia citar ainda a ousadia de Beto Zini nas contratações e na revelação de jogadores como Djalminha e Luisão. Todos esses personagens citados eram admirados e respeitados na cidade, nas arquibancadas e no mundo do futebol. Não por bravatas ou frases folclóricas e sim pelas suas atitudes e realizações.

Agora, em pleno Século 21, a torcida do Guarani coloca Giba Moreno no pedestal apenas e tão somente porque fez uma provocação sem sentido no principal clássico da cidade.

O Guarani não está apenas em crise financeira e política. Tem uma crise de valores e referência. E ninguém percebe. Triste.

(análise feita por Elias Aredes Junior)