Demitir Umberto Louzer é a solução de todos os males? Um equívoco do tamanho do Brinco de Ouro

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Você renovaria o contrato do técnico Umberto Louzer para toda a temporada de 2019? Poucas pessoas se dão conta de que seu compromisso encerra-se em maio de 2019, após o Campeonato Paulista. Só que não sou cego de perceber o movimento na torcida bugrina em relação a sua destituição. Querem sua cabeça. Ao contrário que pensam alguns incautos, o assunto é complexo.

Primeiro porque com o processo de terceirização (sim, é isso do que se trata. Oportunamente falarei com maior profundidade sobre o tema) é óbvio que o vencedor terá que contar com liberdade para escolher o seu staff. Vale para o treinador. Com Elenko, Traffic e Nenê Zini, a possibilidade de permanência é bem razoável. Com Roberto Graziano, beira a zero.

Outra: não adianta perguntar sobre a permanência do treinador e ignorar o material que será oferecido. Traduzindo: time. Umberto Louzer errou durante a Série B. Fato. Adotou posicionamentos equivocados, errou em escalações e tomou decisões que ajudaram a destruir o sonho do acesso. Opa! E o elenco disponibilizado? Pense as opções da zaga: Phillipe Maia, Edson Silva e um Ferreira nitidamente ainda em transição física quando o assunto é ritmo de jogo. O único jogador confiável é Fabrício. O time jogou com dois ou até três volantes em vários jogos e os beques tratavam de entregar a “paçoca” como se diz na linguagem da bola. E aí? Como culpar Louzer?

E os goleiros? O torcedor vive dias mais tranquilos com Agenor. Após a saída de Bruno Brigido, como esquecer as pixotadas de Georgemy e Oliveira? E tenho informações que os arqueiros foram trazidos pelo departamento de futebol. Louzer não teve margem de manobra. Culpar exclusivamente o técnico não seria injusto? Correto.

Para terminar, o Conselho de Administração. Que infelizmente parece mais preocupado com os bastidores políticos do que com os dramas do futebol. A impressão transmitida é que deixaram tudo na mão de Luciano Dias, de Fumagalli e seja o que Deus quiser. Agora pergunto: qual treinador daria certo nesta conjuntura? Eu mesmo respondo: poucos. Pouquissimos.

Antes de gritar por mudança na comissão técnica, o salutar é reivindicar por mudanças no próprio Guarani.

(análise feita por Elias Aredes Junior)