Por que exigimos excelência do futebol campineiro?

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A conversa não muda. As reclamações são recorrentes. Torcedores de Ponte Preta e Guarani acusam o Só Dérbi de mal humorado. Sem vontade em verificar os pontos positivos. Relutante em observar avanços. A Ponte Preta na eminência de chegar a divisão de elite, desde que vença o Avaí. O Guarani com a conquista da Série A-2 e a manutenção na Série B, os objetivos estabelecidos. Suficiente? Nem tanto.

Times de futebol podem reivindicar o selo de excelência diante de três requisitos: resultados no gramado, infraestrutura azeitada e capacidade de formar bons dirigentes, técnicos e jogadores. Dentro das suas condições, quem apresenta tais pontos simultaneamente  tem chances de fazer história. Pergunto: quando todas essas características estiveram presentes  no futebol campineiro?

Os resultados são sazonais. Esse ano todos estão satisfeitos. No ano passado, a Macaca amargou um rebaixamento na divisão de elite do Brasileiro e o Guarani suou frio para escapar da queda na Série B. Infra-estrutura? Todos os profissionais que passam pelo Guarani reclamam que nada muda há 30 anos. Na Macaca, as condições são razoáveis, mas longe do ideal para disputar a divisão principal do futebol nacional.

Dirigentes? Nem vamos entrar no assunto. Talvez a única coisa que salve é o gramado, quando bons profissionais são revelados nas campanhas exitosas dos clubes. Guto Ferreira, Gilson Kleina, Umberto Louzer foram alguns dos profissionais de banco de reservas que ganharam status após passagem no Brinco de Ouro e Moisés Lucarelli. Mas futebol não se resume mais ao gramado. Vai além disso.

E por que somos exigentes? Porque Campinas é uma cidade com quase 1,2 milhões de habitantes, seus trabalhadores tem rendimento médio mensal de 3,8 salários mínimos, tem 39,4% de taxa de população ocupada e tem um PIB per capita de 48.449,65. Ou seja, é uma cidade com poderio econômico. Os dirigentes e os amantes do futebol da cidade comportam-se como se Campinas fosse ainda a cidade de 600 mil habitantes do final da década de 1970.

A excelência só começará a ser buscada de maneira efetiva quando as duas equipes estabilizarem por pelo menos dois anos seguintes o dérbi na primeira divisão do Brasileirão, algo que não acontece desde 2004. Por enquanto, está  longe de ideal. Só não vê quem não quer.

(análise feita por Elias Aredes Junior)