Deixar de ser sócio do Guarani para combater Palmeron Mendes Filho é um tiro no pé

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Palmeron Mendes Filho é um dirigente rejeitado no Guarani. Não exista um dia que este jornalista não leia ou receba textos e mensagens de torcedores que desejam ver o mandatário pelas costas. Seu discurso não convence, suas medidas são contestadas e nunca o poder do prédio administrativo do estádio Brinco de Ouro esteve tão corroído.

Vejam: o time foi campeão da Série A-2, não passou susto com rebaixamento na Série B e Palmeron não é amado ou admirado. Chega a ser vitima de desprezo.

O sentimento gera outro comportamento estranho. Muitos que rejeitam Palmeron consideram que a solução é sair do clube. Desligar-se de suas atividades de sócio e renegar a vida política. Assistir tudo do lado de fora, não se envolver com nada e utilizar as redes sociais para demonstrar seu descontentamento. Nada mais equivocado.

O Guarani é um clube associativo. Não tem dono. As administrações são construídas a partir dos votos dos associados. E como é um sistema permeado pela democracia, existe a previsão de situação e oposição. Quem está no poder defende suas realizações e medidas. Quem está fora tem a função de fiscalizar, exigir melhorias e no processo eleitoral aglutinar forças para tomar o poder.

Sócios querem sair com a justificativa de que a atual administração não dá espaço ao contraditório. Que todos fazem o que desejam e o que querem. Que a voz da oposição é sufocada.

Se ocorrer uma retirada em massa, aí sim a voz oposicionista vai esvair-se como água. Não seria mais adequado realizar a boa política? Ou seja, convencer torcedores a entrarem no  clube e assim terem direito a voto nas próximas eleições presidenciais? Pois é.

Ninguém é eterno. Todos imaginavam que Beto Zini jamais sairia da cadeira. Foi embora em 1999. Muitos apostavam que José Luis Lourencetti seria o líder de uma dinastia. Desistiu em 2006. Leonel Martins de Oliveira dava as cartas em 2011 e sucumbiu a uma assembleia de sócios. Por que tudo isso aconteceu? Porque existia vida política no Guarani e com oposição ativa.

A linha do tempo prova: desistir não é medida salutar. É piorar aquilo que já está ruim.

(análise feita por Elias Aredes Junior)