Uma triste constatação: Beto e Nenê Zini colaboraram para o processo de perda de relevância do Guarani. Negar isso é fugir do óbvio!

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Clubes de futebol são formados por grupos políticos. Gente que defende ideias e pessoas. A cegueira por vezes em defender de modo tão enfático ignora o que foi feito de ruim. Faço esta introdução para dizer algo tão óbvio como água: a família Zini não pode ser descartada como participante do processo de queda de relevância e fracasso do Guarani no Século 21. Teve participação e não foi diminuta.

Luiz Roberto Zini tomou o poder em 1988 e ficou por 11 anos no prédio administrativo do estádio Brinco de Ouro da Princesa. Com métodos centralizadores, trocou de técnicos como trocou de camisa e teve participação na degradação do patrimônio do clube. Nunca pensou na ampliação e melhoria do CT e o esqueleto de cimento e ferro ao lado do estádio é a prova cabal de que o Guarani teve um presidente que só pensou no hoje e no futebol. Nada mais. Se o Guarani não tem futuro e nem quadros políticos para o futebol e o Conselho Deliberativo, tal situação começou com Beto Zini. Fato.

Eis que veio Luiz Roberto Zini Junior, o Nenê. Empresário de futebol com inimigos aos montes. Aliados também. Sua atuação dentro do Guarani teve controvérsia e no final gerou muito mais ressentimento do que aglutinação. Desde que o atual grupo político tomou o poder, qualquer jornalista minimamente informado sabia de sua influência no cotidiano do clube. Recebeu um passe livre do Conselho de Administraçãoi e investiu com força ao colocar jogadores no time profissional e também nas categorias de base.

Como empresário, tudo bem, está na dele. Duro é que ele é sócio do clube e deveria tomar cuidado para que o relacionamento não ficasse próximo e não ocorresse a discussão sobre conflito de interesses.  Hoje temos uma situação pronta para explodir: se Roberto Graziano vencer o processo de terceirização, é obvio que haverá ressentimento. Por culpa tanto de Palmeron como de Nenê Zini, haverá um abalo natural. Perde o Guarani. Perde todo mundo. E Nenê Zini poderia ter evitado tudo isso. Como? Sendo apenas empresário, nada mais. Ou até em ultimo caso, sem realizar negócios com o Guarani.

A família Zini teve acertos? Sim. Mas não são super heróis. São humanos. E os erros e equívocos estão no pacote. Essas atitudes também ajudaram o Guarani alcançar o atual estágio de incerteza e preocupação quanto ao futuro.

(análise feita por Elias Aredes Junior)