Quando confrontados com a realidade e o respectivo atraso de suas estruturas, dirigentes bugrinos e pontepretanos enumeram inúmeras desculpas para explicar porque a cidade de Campinas não tem um Centro de Treinamento de Primeiro Mundo. Um discurso encampado por torcedores, que sempre citam a impossibilidade de comparação com o dinheiro disponibilizado as grandes potências do futebol nacional.
Outro argumento utilizado é que, por ser uma cidade do interior, Ponte Preta e Guarani não podem ficar na prateleira de Goiás, Atlético-PR ou Ceará, sediados em capitais e com boa presença de torcida. Se você colocar que o Criciúma tem uma estrutura melhor a desculpa é que o rival catarinense teve por muito tempo um mecenas e isso viabilizou o salto de qualidade.
Os argumentos foram destruídos e incinerados com a proximidade do final das obras do Centro de Treinamento do Mirassol, integrante da divisão de elite do Campeonato Paulista e que neste ano disputou a quarta divisão nacional.
A estrutura tem 48 mil metros quadrados no total e terá alojamento para atletas, quatro campos de futebol, sala de imprensa, local adequado para departamento médico, entre outros requisitos. Toda a obra custou R$ 5 milhões e foi viabilizada graças a venda de Luiz Araújo, que atuava pelo São Paulo ao Lillie da França. Detalhe: falo de uma agremiação que não está nem na primeira e nem na segunda divisão do futebol nacional e que precisará batalhar por vaga na Série D. Repito: série D! Neste ano, a equipe ficou em terceiro lugar com sete pontos no Grupo 15 da Série D, atrás de Caxias e Inter de Lages.
Que ninguém seja louco de dizer que as oportunidades não surgiram para bugrinos e pontepretanos. A Macaca por exemplo vendeu William Pottker ao Internacional e arrecadou R$ 6,5 milhões e poderia destinar o dinheiro para a busca e construção de novo CT. O Guarani, por sua vez, com seus dirigentes e aliados ufanistas não cobram de maneira enfática Roberto Graziano para tirar o CT estipulado pela justiça do papel.
O Mirassol pode colher vexame no Paulistão? Pode. Mas é inegável que semeia o futuro ao investir no empreendimento. Enquanto isso, o bugrino fica envolvido em suas brigas políticas eternas e o dirigente não sabe que rumo adotar. Mirassol crava na testa dos dois clubes uma única palavra: incompetência!
(análise feita por Elias Aredes Junior)