Desde 2014, a Ponte Preta vive altos e baixos quando o assunto é dar continuidade a um trabalho. Guto Ferreira na ocasião foi vice-campeão na Série B do Brasileiro e disputou o Paulistão e só foi demitido no Brasileirão após uma derrota para o Figueirense. Desde então, a instabilidade desembarcou no Majestoso. Em 2016, a Macaca começou o ano com Vinicius Eutrópio, trocado por Alexandre Gallo e que abriu espaço para Eduardo Baptista.
A ida do técnico para o Palmeiras em dezembro produziu a aposta em Felipe Moreira. Não deu certo. Gilson Kleina chegou e construiu uma campanha que culminou no vice-campeonato paulista. Queda de produção na competição nacional e a demissão de Kleina fez a equipe correr para trazer Eduardo Baptista. Não evitou o rebaixamento. Eduardo Baptista foi demitido neste ano e após as passagens de Doriva e João Brigatti, quando tudo parecia que o elo seria quebrado e a manutenção de Gilson Kleina seria algo natural, eis que Mazola Junior aparece e com a tarefa de começar tudo do zero.
Não preciso ser bidu para mostrar que falta uma filosofia de futebol à Ponte Preta, além da convicção que segura os profissionais nas horas difíceis. Geninho passou por perrengues no Avaí, mas ficou no cargo mantido, cenário idêntico vivido por Rogério Ceni Fortaleza e por Marcelo Cabo no CSA.
Só que um alerta precisa ser dado: a torcida e a imprensa esportiva de Campinas precisam colaborar. Cometemos o erro cabal de pensar em curtíssimo prazo. Não temos capacidade de pensar que bons frutos no futebol só ocorrem com tempo, capacidade, convicção e clima adequado para suportar as adversidades.
Na Ponte Preta, duas derrotas (duas!!!) são suficientes para gerar uma crise infindável e o roteiro conhecido: pedido de cabeça do treinador e enquetes nas rádios locais. Não conseguimos pensar se o trabalho está bom ou ruim, se a culpa é pela má fase técnica de determinado atleta ou se o caso é provocado por turbulências que geram intranquilidade nos jogadores. Adotamos a saída fácil da troca de treinador. Claro, existem exceções como a de Marcelo Chamusca, com dificuldades para implantar sua metodologia de trabalho.
A diretoria da Ponte Preta e o presidente José Armando Abdalla Junior merecem todas as críticas pelo trabalho feito em 2018. Falharam. Cometeram erros. Mas, nós, jornalistas e torcedores, precisamos aprender que o tédio e a monotonia também é algo positivo.
(análise feita por Elias Aredes Junior)