Entendo e compreendo a fissura de Palmeron Mendes Filho em querer aprovar o processo de cogestão para o departamento de futebol profissional do Guarani, postura demonstrada na entrevista concedida ao Só Dérbi. Quer entrar na história bugrina pela porta da frente e tal metodologia seria um passaporte rápido e sem dor caso tudo saia dentro dos conformes. Só que órgãos de imprensa independente podem e devem questionar. Não por duvidarem do caráter do dirigente e sim para cumprir com seu dever de fiscalização e ajudar na preservação de um patrimônio construído por várias gerações.
O conselheiro Anselmo Fonseca, autor de artigo publicado no sábado neste Só Dérbi lançou uma dúvida pertinente. Todas as benesses coletadas pelo Guarani no processo judicial levavam em conta um Valor Geral de Venda (VGV) de R$ 400 milhões destinados ao Guarani, o que equivaleria a 14% do total. Com a crise econômica reinante nos últimos anos, Anselmo descreve que Roberto Graziano teme agora que tal valor não alcance R$ 200 milhões. E agora? Como fechar a conta se tal cenário nebuloso virar realidade?
Minutos após a publicação do post, um ex-presidente bugrino encaminhou ao jornalista a sua indignação pelo VGV não incluir na conta um futuro Shopping Center ou um hotel planejados por Graziano para a área do estádio Brinco de Ouro.
No meio desta duvida toda, Palmeron afirma que não há como pensar em saltos maiores se as verbas são costumeiramente bloqueadas. A oposição afirma que é possível fazer time competitivo sem cogestão e a conquista da Série A-2 seria uma prova cabal.
Esta novela mexicana atravessou o ano de 2018 e a torcida teve o papel de mero espectador. Qualquer autor que se preze precisa encaminhar uma resposta quando o enredo é intrincado. Dirigentes, conselheiros e até Justiça precisam pesquisa a fundo na questão e definir de uma vez por todas se o valor do VGV será ou não bom negócio para o Guarani. Transparência nunca é insuficiente.
(análise feita por Elias Aredes Junior)