Encarar o futebol como esporte e não como jogo. A tarefa da Ponte Preta para 2019

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Vivemos uma época de planos. Sonhos. Objetivos para serem alcançados nos próximos 12 meses. Na Ponte Preta não é diferente. A reapresentação marcada para a quarta-feira estabelecerá alguns marcos. Construção de boa campanha na Copa do Brasil, performance satisfatória na Copa do Brasil e busca do acesso na Série B do Brasileiro. Para que os planos sejam atingidos, uma encruzilhada está delineada: ou a Alvinegra encara o futebol como um jogo ou como esporte.

Parece igual. Não é. Quando você encara o futebol como jogo, o comportamento imediato é de apostar no fortuito, no acaso, no lance fora do comum que poderá mudar o destino de um jogador, um campeonato, uma torcida. É um pano de fundo presente em competições de mata-mata. Dois jogos, 180 minutos e a reza por um fato inusitado. Pode funcionar na Copa do Brasil. Fica difícil acreditar em benesses geradas no Paulistão e na Série B.

O historiador Hilário Franco Junior no livro “Dando Tratos a Bola” (Companhia das Letras, 2017), afirma por sua vez que abraçar o futebol como esporte pressupõe seguir as regras estabelecidas, planejar meticulosamente e prever dissabores, desde a montagem do elenco até a descrição dos adversários. É a formação da estrutura em médio e longo prazo que dará os frutos.

O torcedor pontepretano, queira ou não, terá que chegar a conclusão que os quatro promovidos a divisão de elite encararam o futebol em 2018 como esporte e não fugiram do planejamento. Avaí, Fortaleza, CSA e Goiás, bem ou mal, ou até tardiamente, entenderam que não havia como triunfar em uma competição de 38 rodadas com postura de apostador em cassino. Não é sorte. É trabalho acoplado a comissão técnica capaz de explorar as potencialidades do elenco.

O acesso da Macaca começa em janeiro. Sem concessão aos caminhos tortuosos. Sem brecha ao improviso. Dentro de suas limitações o planejamento deve ser o decreto. Porque o Brasil agora premia quem vê o futebol como ele realmente é: uma modalidade com características de jogo mas com DNA de esporte capaz de atrair multidões. Mãos à obra.

(análise feita por Elias Aredes Junior)