Tânia Regina Cardoso Santana, a mãe do Guarani

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Todos em volta da mesa. Hoje é dia das mães. Celebrar quem está do seu lado. Lembrar com saudade de quem já se foi. Existem muitas maneiras de exercer o sacerdócio. Não é apenas na criação dos filhos. É com amigos, parentes ou instituições. E neste aspecto, ouso dizer que no futebol brasileiro poucas podem ser comparadas a “Tia Tania”, ou Tânia Regina Cardoso Santana. A mãe do Guarani Futebol Clube.

Exagero? Delírio? Alto lá. Antes de cometer o desatino faça uma visitação pela história de vida desta mulher de alto astral e com sorriso estampado. Uma mãe segue o caminho dos seus filhos. Aponte algum jogo nos últimos 10 ou 12 anos em que Tânia não esteve presente. Ou algum fato importante do Guarani em que a arquibancada não tinha a presença de seu amor e afeto pronto para receber todo e qualquer bugrino.

Uma mãe de verdade quer ver  o seu lar limpo, ordenado. Ordem para pavimentar a estrada do amor e aconchego. Por anos e anos, Tia Tânia tira um período de seu dia para cuidar do Memorial do clube ou para ajudar. Chuva ou sol. Céu ou trovoada. À disposição.

Uma mãe defende sua cria. Enaltece seus feitos. Corrige sim, mas no ambiente do lar. Defender e elogiar o Corinthians, Palmeiras, Flamengo ou Grêmio, clubes multimilionários e campeões é tarefa fácil.

Agora, como encontrar qualidade em uma agremiação arrebentada nos últimos anos por gestões incompetentes, dirigentes ineptos e resultados decepcionantes. Pois “Tia Tânia” coloca a cara para bater, seja nas redes sociais. Bugrina de quatro costados. Protetora. Como deixar de Elegê-la como mãe do Guarani? Impossível.

Já escrevi outros artigos sobre Tânia. Talvez este seja repetitivo. Mas resolvi voltar a um assunto por um motivo especial e  particular. Por muitos anos, o meu pai, Elias Aredes, já no final de vida, por vezes descia ao centro da cidade para cumprir tarefas do dia a dia da casa. Teimoso em  justificar o DNA da família, descia e ficava horas e horas para pagar uma simples conta. Eu, minha irmã e minha mãe não entendíamos tamanha demora.

Três ou quatro anos após a sua partida a verdade veio a tona. Ele parava em uma loja de conserto de relógios e ficava horas e horas para falar sobre a vida e o futebol. Os proprietários: Tânia e seu marido. De modo indireto, Tânia também foi um pouco mãe do meu pai. A torcida do Guarani tem muito que lhe agradecer. Todos os dias. Eu também. Tânia e torcedoras bugrinas, feliz Dia das Mães.

(Elias Aredes Junior)