Noticia requentada. Ou reprisada. E cujo os danos já sabemos de antemão. Antes do jogo contra o Vitória (BA), no Brinco de Ouro, um confronto entre torcedores de Guarani e Ponte Preta deixou três feridos e uma pessoa baleada, de acordo com informações da Guarda Municipal local. O baleado foi encaminhado ao Mário Gatti.
O primeiro dérbi na Série B só acontecerá daqui a menos de três meses mas já podemos afirmar: a política de torcida única nos estádios não resolveu por completo o problema da violência no futebol. Pode ter proporcionado tranquilidade para o evento, mas a doença em si está longe de ser curada.
Como bem diz o sociólogo Mauricio Murad o que acontece no estado de São Paulo é a típica paz de cemitério. Ou seja, solução na base da força.
E contra a matemática, não há réplica. De cada 100 torcedores organizados, apenas seis são envolvidos em confusões e brigas. Como os policiais não conseguem resolver tal questão? Vou além: como explicar que Grenais, jogos entre Atlético e Cruzeiro já contem com torcida visitante? E mais: certamente a briga foi marcada pela internet. Por que os serviços de inteligência não captaram a combinação? Pois é.
E existe um outro elemento explosivo. O primeiro clássico deverá acontecer no dia 10 de agosto, véspera do aniversário da Ponte Preta. Imaginem o clima e a tensão no gramado e nas arquibancadas. As autoridades de segurança pública estão preparadas para tal clima?
Passou da hora de envolver outros personagens na discussão. Gente que estuda sobre o tema, como o sociólogo Mauricio Murad e a professor Heloisa Reis. O que não dá é fingir que está tudo normal. Não está.
(Elias Aredes Junior)