É preciso analisar os fatos dentro das perspectivas de seus personagens e com os devidos desdobramentos. Na manhã desta quarta-feira um edital publicado pelo Correio Popular e assinado pelo presidente do Conselho Deliberativo, Tagino Alves dos Santos determina que os assuntos relativos a Arena sejam deliberados pelo CD. Tudo isso tem um pano de fundo: a eleição presidencial marcada para o final de 2021.
De um lado, o campo situacionista tem dois candidatos em potencial: o atual presidente José Armando Abdalla Junior e o diretor financeiro Gustavo Valio, desafeto declarado do presidente Sérgio Carnielli. Contam com o apoio da Velha Guarda formada, entre outros, pelos ex-presidentes Marcos Garcia Costa e Nivaldo Baldo e integrantes “Tudo pela Ponte, Nada da Ponte”, que já conta com integrantes na administração da agremiação.
E Sérgio Carnielli? Vai influir no processo sucessório e com a apresentação de uma candidatura oposicionista. Alguns pretendentes surgem no horizonte. O primeiro é o ex-deputado estadual Sebastião Arcanjo, o Tiãozinho, que chegou a ser cogitado no ano passado para substituir Vanderlei Pereira, mas a operação foi abortada.
Outro nome que surge com força é do vice-presidente do Conselho Deliberativo, Pedro Maciel Neto. Com a postura de conciliação, Maciel tenta ganhar pontos para se apresentar como um candidato conciliador. Mas existe um obstáculo: com a medida tomada pelo Conselho Deliberativo, inconscientemente ficou a impressão de que a intervenção da Mesa Diretora do CD (da qual Pedro Maciel faz parte) beneficiou o presidente Sérgio Carnielli, que continua com a posse dos documentos referentes a Arena e agora está blindado contra qualquer pedido de devolução da diretoria executiva.
E a torcida? E o rendimento na Série B do Campeonato Brasileiro? Ah, isso fica para depois. O que importa é lutar pelo poder. Seja qual for a consequência.
(Elias Aredes Junior)