Na terça-feira o presidente de honra Sérgio Carnielli teve destruído momentaneamente o seu sonho de erguer uma arena e um complexo hoteleiro no local do CT do Jardim Eulina após a publicação no Diário Oficial do Municipio da decisão do GAPE que indeferiu o empreendimento. Dois foram os motivos. O primeiro foi a falta de cumprimento de prazos para fornecimento de informações. O grupo de trabalho, composto por diversos secretários, alegou ainda que a construção de edifícios no local não séria permitida.
Derrotado pelo caminho da lei, restou ao ex-dirigente o caminho da política. E novamente o seu apelo foi direcionado aos quadros integrantes de partidos de esquerda em Campinas. O prefeito Jonas Donizete (PSB) recebeu o empresário e lhe prometeu, de acordo com apuração do Só Dérbi que na próxima segunda feira uma nova decisão será publicada no Diário Oficial e com a anulação da resolução do GAPE.
Por que tal reviravolta? É preciso entender a conjuntura política da cidade. Apesar de ter derrotado o Partido dos Trabalhadores em duas ocasiões (2012 e 2016) o atual prefeito ainda tem transito com quadros do PC do B, que lhe apoiou na vitória inicial e posteriormente fez até parte do governo.
De acordo com informações, Carnielli estava acompanhado de Tiãozinho, atualmente no PC do B, além do presidente do Conselho Deliberativo, Tagino Alves dos Santos e do vice Pedro Maciel Neto, todos ligados mesmo que indiretamente ao PC do B. O Só Dérbi entrou em contato com Tiãozinho e Pedro Maciel mas eles não retornaram os pedidos de confirmação. Independente de presença ou não física no local, é fato que sem essas pessoas Carnielli não conseguiria fazer o apelo pela manobra.
Fato é que Carnielli, rompido com a diretoria executiva, faz o caminho de volta e agarra-se a forças progressistas da cidade para salvar seu projeto. Idêntica postura tomada em 2006, quando rompeu com Marco Antonio Eberlim e nomeou Sebastião Arcanjo, na época do PT, como diretor de futebol. Não deu certo.
Quanto aos políticos envolvidos em apoiar Carnielli, resta saber se vale a pena abraçar um projeto pessoal para salvar uma instituição formada por milhares de torcedores, cujo nome de Carnielli cria mais divisão do que consenso. E se a política é a arte da conciliação, algo está errado. (Análise de Elias Aredes Junior)