A cada novo artigo sobre a Ponte Preta, o roteiro é idêntico nas redes sociais. Alguém surge para defender o presidente José Armando Abdalla Junior. Outros colocam no pedestal o presidente de honra Sérgio Carnielli. Fanáticos. Violentos. Não querem ler argumentos contrários ou fatos incontestáveis. Defendem seus “ídolos”. Podemos definir em dois clubes: as Carnielletes e as Abdalletes.
Eles não sabem como prejudicam o debate de ideias. Para o bem ou mal personalizam tudo. São capazes de formular textos longos e por vezes sem conteúdo e com grande dose de insulto. Uma pena que são incapazes de formular conceitos com começo, meio e fim. Fazem o papel que as militâncias virtuais executam na política atual. Violência pela violência.
Comandam horas de linchamento virtual com quem ousa discordar.
Perceba algo fundamental. Eles não falam de Ponte Preta. Não conseguem. Suas obsessões concentram-se na defesa de seus personagens favoritos.
As formulações são tão desgastadas que qualquer um minimamente preparado sabe decor e salteado. Quem é Carniellete cego afirma que o ex-presidente salvou o clube da falência, investiu muito dinheiro e se não fosse por ele a Ponte Preta estaria fechada. Só que são incapazes de detectar que Carnielli investiu mais 80 milhões de 2007 a 2010 e não subiu de divisão; que brigou com ex-presidentes e comanda um racha político que só atrasa a vida do clube. Quem nunca investiu para valer na melhoria da estrutura física do clube.
Quem está com Abdalla enaltece sua coragem em romper com Carnielli, de vencer Carnielli na votação do balanço financeiro e de caminhar com as próprias pernas. O Abdallete de carteirinha não reconhece a incompetência deste mesmo dirigente no futebol, em que diversos treinadores já passaram em menos de dois anos de mandato e cujo recorde é de Jorginho, com quase 120 dias no comando. Um clube com tal desordem no futebol profissional pode ser elogiado? Nunca.
Por que o fanatismo cega estas pessoas? Por que o ódio é destilado para um ou para outro? Simples: porque são incapazes primeiro de perceber que todos nós, seres humanos, não somos claro ou escuro; preto ou branco; somos guiados por uma zona cinza, em que diariamente somos submetidos a conjunturas que nos obrigam a tomarmos decisões de um lado para outro. O fanático, o alienado personalista não tem capacidade de chegar a tal conclusão. É alucinado. Só isso. Só vê um lado. E no fundo, leva todo o clube para o abismo porque acredita em salvadores da pátria.
Enquanto querem embalar seus ídolos de barro estes torcedores esquecem da Ponte Preta. Não propõem ideias. Não abraçam projetos. Não sabem trabalhar em cima de conceitos para fazer a agremiação crescer e nunca o endeusamento das pessoas.
Não queremos Carnielletes e nem Abdalletes. Desejamos apenas um perfil: pontepretanos de corpo e alma. Que saibam trabalhar em conjunto em prol de uma paixão centenária.
(Elias Aredes Junior)