Vida de cronista esportivo não é fácil. Andar na contramão é necessário. Não serei louco de retirar méritos da Ponte Preta em relação a vitória sobre o Londrina por 3 a 1. Boa apresentação sob o ponto de vista tático e técnico. Concordo com Jorginho quando ele diz que foi a melhor sob seu comando ao lado do dérbi. Mas é pouco. Insuficiente. Não contempla para quem busca a divisão de elite em 2020. A paralisação da Copa América não poderia vir em melhor hora.
Vamos combinar que a planificação da Macaca como visitante é adequada e já colhe frutos como já aconteceu diante de Cuiabá e Londrina. Incontestável. O mesmo não se pode dizer como anfitrião. O próprio técnico já admitiu que o empate com o Criciuma fez falta e não podemos esquecer que, antes de vencer o Paraná com autoridade, tomou uma virada fruto de falhas defensivas. O empate sem gols com o Botafogo poderia ter sido diferente caso o Pantera aproveitasse suas chances no segundo tempo.
Jorginho precisa aproveitar a paralisação para com os mesmos jogadores construir um modelo de jogo que lhe forneça estabilidade nos jogos em casa.
Abner tem desenvoltura como visitante porque sua característica é de explosão e encontra espaços. Em casa, certamente os espaços são fechados.
Calma, nem tudo é terra arrasada quando atua em Campinas. O time já tem jogadas ensaiadas de bola parada e a presença de Roger já concedeu alternativas para o trabalho de pivô. Mas ainda falta incrementar. Definir um volante para atuar com velocidade na transição, triangulações constantes, jogadas para buscar o fundo do campo são requisitos ainda um pouco ausentes. Acontecem, mas não na regularidade desejada.
Quando vencia seus jogos pela Seleção de Vôlei Masculina, Bernardinho pegava o tape do jogo e chegou ao detalhismo de analisar os erros sob a perspectiva do adversário. Que Jorginho não se acomode, seja obcecado pela versatilidade. A festa? Deixe para a torcida.
(Elias Aredes Junior)