Do que adianta o Guarani contratar novo treinador sem reconectar o torcedor com o clube?

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Escrevo de madrugada. Não tenho a minima noção de quem será o técnico do Guarani. Nomes não faltam: Roberto Fonseca, Adilson Baptista, Argel Fucks. O celular borbulha com gente sugerindo outros caminhos. Parece que a nomeação do novo comandante da comissão técnica é a ultima esperança. O fio capaz de detonar a fogueira. Se fosse um jogador em um cassino, o Guarani apostaria suas últimas fichas. Se perder está falido.

Uma pena que neste instante alguns parametros fiquem em segundo plano. Sentimentos prontos para recolocar homens na trilha do sucesso. O Guarani tem a ausencia de palavras no seu dia a dia que colaboram para esses estado de coisas.

Do que adianta um novo técnico sem empatia pelo sofrimento do torcedor? O atual Conselho de Administração e seus colaboradores são distantes do torcedor. Não pulsam. Não captam o sentimento das arquibancadas. Não conseguem discernir o que é bom ou ruim. Talvez encontra-se neste deserto a resolução para contratar dois técnicos que não tinham a aprovação das arquibancadas, no caso Vinicius Eutrópio e Osmar Loss. Como você dá credibilidade para alguém distante, que não se importa contigo? Esse é o comportamento do torcedor bugrino em relação aos dirigentes.

Esperança é outra expressão expurgada no Brinco de Ouro. Um profissional do futebol que atuou no Guarani nos ultimos 20 anos contou uma passagem interessante de Luiz Roberto Zini. Todas as vezes que entrava no vestiário para conversar com os jogadores, mesmo que fosse em fase ruim, sempre tinha uma palavra de conforto e de otimismo. Não deixava a peteca cair. E fazia questão da atitude ser vazada a imprensa para transmitir o cenário de que algo era feito.

Pense. Reflita. Quando o atual Conselho de Administração fez algo semelhante? No máximo, comparecem para prestar satisfações aos torcedores. Proximidade, entretanto é um conceito descartado.

Poderia dizer de outras caracteristicas, mas poderia resumir que, nem os clubes com alto grau de profissionalismo podem abrir mão de uma boa dose de humanidade. O Guarani fala de terceirização, dinheiro, empresários, disputas de poder e esquece do principal: futebol é feito com gente. E eles merecem satisfação. Sempre.

(Elias Aredes Junior)