Guarani: é hora de trabalhar e jogar bola. Falar? Exibir prepotência? Deixa para depois.

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O Guarani teve a melhor campanha da fase inicial da Série C. A segunda defesa menos vazada. Assegurou a vantagem de decidir o acesso em casa. Amargou duas derrotas na terceirona. Ótima campanha. Que não valeu nada na hora de decidir contra o ASA (AL). Derrota por 3 a 1 e a promoção parece querer escapar por entre os dedos.

O placar de 2 a 0 é possível? Sim e o próprio Guarani já conseguiu diante do Juventude fora de casa. Só um detalhe incomoda: um gol do ASA forçará o Alviverde a marcar quatro gols para passar. Se tomar dois, a necessidade passa a ser de cinco gols. Um regulamento traiçoeiro, cujo papel é típico de um terreno dotado de areia movediça: a vítima se mexe, grita por socorro, reage e ás vezes o final é inevitável. E triste

Vou repetir a pergunta: é possível dar o troco ? Com certeza. Mas não dá para repetir o desempenho pifio de Arapiraca. Gilton, Leandro Amaro, Leandro Santos, Zé Antônio, Eliandro, Marcinho, Pipico…um desfile de jogadores sem brio, alma, determinação e sem a força necessária. Atletas dignos e honestos sim. Trabalhadores? Não há dúvida. Duro é constatar a impressão de que pareciam pisar no Santiago Bernabeu ou no Nou Camp tamanho o comportamento blasé. Queriam a Liga dos Campeões. Em seus pés a recusa em aceitar a terceirona nacional. Soberba? Salto alto? Prepotência? Escolha a expressão que desejar. Não vai errar.

Pela terceira vez faço a indagação: o acesso pode chegar? Sim. O placar de 2 a 0 pode virar realidade. Desde que o time entenda que está na Série C. Que entregue o sangue, a alma e o coração no próximo sábado no Brinco de Ouro. Que jogue com o sentimento que não existe certeza de nada, perspectiva de amanhã. Jogo de vida ou morte. De fato e de direito.

Como ajudar para encurtar o caminho? Tenho uma sugestão. Antes um adendo: falo em meu nome. Sei e reconheço as dificuldades de ser repórter. Sou solidário aos meus colegas. Fui setorista por sete anos. É um trabalho exaustivo. Tal cenário não pode apagar a constatação de que talvez a melhor saída seria os jogadores não darem declarações nesta semana decisiva. Nada de frases vazias. Exclusão de explicações fora de contexto e sentido. Chega de promessas que não podem ser atreladas a qualquer garantia.

A torcida deseja outras atitudes: as cobranças de falta precisas de Fumagalli, os gols de Eliandro, as arrancadas de Pipico, as defesas seguras de Leandro Santos, a segurança por parte de Leandro Amaro e Ferreira, além de força, vigor e atenção por parte dos laterais e volantes. Frases são dispensáveis.

E se o acesso vier? A partir disso, tudo estará liberado. Podem falar, insultar, humilhar e trucidar cronistas esportivos, dirigentes de oposição e outros personagens indigestos. Só que a moral e a credibilidade só acontecem com grandes feitos. Pelo que se viu em Arapiraca uma transformação gigantesca deverá ser feita para que o Brinco de Ouro não vire um mar de decepção e lágrimas no dia 08 de outubro. Em resumo: joguem futebol, vençam e assegurem o acesso. Falar? Fica para depois.

(análise de Elias Aredes Junior)