Ponte Preta, a bola de segurança na carreira de Gilson Kleina

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Há oito meses, a Ponte Preta sentia-se frustrada pelo fracasso na negociação para renovação de contrato do técnico Gilson Kleina. Dias depois, o anuncio do treinador como novo comandante do Criciuma trouxe dissabor. Hoje tudo mudou. Responsável pelo acesso em 2011 e quase condutor de um milagre em 2018, o técnico topou voltar. Cabe a pergunta: o que mudou?

Quando saiu, o pessoal colocado em volta do treinador não teve pudor em afirmar que existiam dificuldades para realizar um trabalho de excelência em virtude de problemas na infraestrutura do Centro de Treinamento do Jardim Eulina.

Sem contar os problemas políticos conturbavam o ambiente. Em oito meses, não houve mudança significativa. Sérgio Carnielli continua influente e agora como garoto propaganda da arena (o que gera um constrangimento para a diretoria executiva) e a torcida pressiona cada vez por resultados relevantes. E o CT? Continua com os mesmos problemas.

Se o quadro é igual ou pior porque Kleina aceitou? Considero que para a sua trajetória profissional, a Ponte Preta virou a “bola de segurança”. Tal expressão é utilizada no vôlei, quando um jogador (a) é acionado e existe a certeza de que ele fará o ponto.

Kleina sabe que a Ponte Preta é aquele local em que está adaptado, sabe que goza de confiança dos dirigentes e da torcida e que mesmo em caso de fracasso não perderá o seu séquito de seguidores em virtude dos resultados já obtidos.

Mais: sua opinião interna tem um peso que não teria em outras agremiações. Ou vocês acham que se retornar ao Palmeiras ou Bahia terá o mesmo tratamento e deferência? Na Macaca, ele fez história. Ganhou seguidores. E sabe administrar o seu legado.

Se for bem sucedido, não faltarão motivos para Kleina celebrar. Sobe de novo em um clube com projeção e na sequência, se renovar o contrato o treinador vai disputar o principal campeonato regional do Brasil. E se não continuar em 2020 sabe que a vitrine será suficiente para recolocar-se em uma agremiação relevante.

(Elias Aredes Junior)