Derrotas são didáticas. Ensinam. Alertam sobre os perigos do futuro. Exibem armadilhas que podem ser desarmadas. Existe um sentimento de frustração no torcedor bugrino após a goleada sofrida diante do ABC por 4 a 0, mas este é o momento ideal para iniciar o debate sobre 2017. Não há como deixar de verificar quem pode permanecer ou ser excluído de um calendário pesado, com no mínimo 19 jogos na Série A-2 e outros 38 confrontos na Série B do Brasileirão.
Dois campeonatos distintos e que exigem um nível técnico bem superior em relação ao apresentado na terceirona nacional.
Estou tranquilo para falar porque desde o início nunca ignorei os méritos do trabalho do técnico Marcelo Chamusca mas aqui neste Só ´Dérbi e no microfone da Rádio Central deixei clara minha predileção por uma reformulação profunda.
Mesmo se o milagre da classificação acontecer, considero que apenas cinco jogadores podem permanecer: o lateral-direito e volante Lennon, os zagueiros Ferreira e Leandro Amaro, o armador Fumagalli e o centroavante Eliandro. E mais: como opções no banco de reservas. Wesley eu não coloco na contagem pela vontade do jogador de transferir-se ao final da temporada.
Será necessária uma remontagem geral, total e irrestrita e com vistas a buscar o acesso na Série A-2 e que esta base seja capaz de pelo menos assegurar a manutenção no ano inicial de disputa. A Série B precisa de jogadores talhados para a competição, capazes de suportar uma maratona insana que por vezes programa um jogo na terça, outro no sábado e com retorno a campo na terça da outra semana.
Para isso, existe a necessidade de também contar com um diretor de futebol tarimbado e malicioso, ciente das armadilhas do mundo da bola. Como figuras do naipe de Cláudio Corrente, Roberto Constantino e Amoroso estão excluídos por serem considerados de oposição pelo atual grupo político que comanda o Brinco de Ouro, a saída seria buscar alguém com experiência na segundona e capaz de deixar Rodrigo Pastana mais livre e encarregado apenas do planejamento do futebol. Colocar um auxiliar que saiba o “cheiro do vestiário”, este é o caminho das pedras. Anaílson Neves pode cumprir tal missão? Então que lhe sejam concedidos mais poderes e liberdade de ação.
Quanto ao treinador, se a diretoria quer e deseja ficar com Marcelo Chamusca que a definição seja rápida e rasteira para o planejamento ser iniciado já em ritmo de pré-temporada. Se a resolução for pela sua substituição, que o Guarani não faça experiências. Contrate alguém talhado na competição, capaz de apontar jogadores baratos e com retorno na relação custo beneficio. Pegue as escalações de Náutico, Brasil de Pelotas, CRB e você saberá do que falo.
No final, os quatro gols sofridos diante do ABC devem servir não como lamento e sim como o start dado pelo destino. É hora de colocar a mão na massa. Para evitar choradeira e sofrimento no futuro.
(análise feita por Elias Aredes Junior)