Eduardo Baptista e a realidade paralela que atrapalha a Ponte Preta

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A Ponte Preta foi derrotada pelo São Paulo e dois fatos incômodos foram levantados na entrevista coletiva concedida por Eduardo Baptista. A primeira foi o pênalti cometido por Fábio Ferreira e gerador do gol anotado por Cueva e o péssimo rendimento como visitante, com 10 pontos em 16 confrontos e cuja última vitória foi diante do Santa Cruz.

Para o primeiro caso, o treinador rechaçou qualquer possibilidade de responsabilizar o atleta e posteriormente disse que não fazia distinção entre jogos dentro ou fora de casa porque a meta é sempre buscar os três pontos, seja qual for o lugar. Eduardo Baptista faz um trabalho notável já assegurou a manutenção na divisão de elite com muitas rodadas de antecedência e possibilitou a melhoria de alguns atletas, como o lateral-direito Nino Paraiba, agora dotado de regularidade no ataque e defesa. Pena que em alguns temas o treinador insiste em viver uma realidade paralela, em que a proteção exacerbada produz uma cortina de fumaça.

A defesa de Fábio Ferreira não condiz com os fatos. Além do pênalti cometido no Morumbi, Fábio Ferreira já tinha sido imprudente na Arena da Baixada e com postura estabanada que gerou uma nova penalidade convertida em gol. Por mais que o treinador defenda o jogador (e e está em seu direito) o fato é que o zagueiro nesta temporada em qualquer jogo com dificuldade extrema coloca tudo a perder. Como argumento, o comandante diz que ele jogou bem os 90 minutos restantes. Ótimo, mas o seu erro comprometeu o trabalho da Alvinegra. Como ocorreu em outros jogos.

Realidade paralela” vivida por Eduardo Baptista quando o tema é o aproveitamento como visitante. Sem qualquer ironia, é admirável ver o treinador defender os seus conceitos. Mas algo atropela os fatos. Foram nos confrontos fora de casa que a Macaca ostentou as partidas de menor rendimento técnico: Corinthians, Atlético Mineiro, Fluminense, Atlético-PR…Sim, aconteceu uma evolução contra o São Paulo. O time não jogou mal. Longe disso. Só que ignorar o passado é triste e não colabora em nada. Em 32 rodadas foram dois times em um: dentro de casa forte, destemido, atento, concentrado, com marcação forte e letal no ataque. É só pegar a estrada ou pisar no aeroporto que o futebol vai embora por encanto.

Nem torcedores ou cronistas têm condições de responder um comportamento tão complexo. Só dirigentes e o técnico podem e devem. No entanto, enquanto as entrevistas coletivas se constituirem em palco de peças de ficção nada vai sair do lugar. Infelizmente.

(análise feita por Elias Aredes Junior- Foto de Thiago Toledo-Pontepress)