Proprietário do estádio dos Eucaliptos, o Internacional inaugurou o Beira Rio em 1969 e inaugurou na sequência uma década de conquistas que culminou com o tricampeonato brasileiro (1975, 1976 e 1979). Após vibrar com o gol de cabeça do zagueiro Rondinelli sobre o Vasco, o Flamengo comemorou o título carioca de 1978 e abriu a porta de um Era cujo maior patrimônio é a conquista da Libertadores e do Mundial em 1981.
O São Paulo? Após vencer o Corinthians na final do Paulistão de 1991, o tricolor desfrutou uma dinastia comandada por Telê Santana e só interrompida em 1994.
Todo time tem um fato ou um lance para estabelecer um marco em sua história. Alguns aproveitam o presente dado pelo destino. Outros não. O Coritiba, por exemplo, foi Campeão Brasileiro de 1985 e infelizmente não consegue acompanhar a evolução do rival Atlético-PR, cuja inauguração de sua Arena e o consequente título de 2001 provocou uma mudança de perfil e de costumes. Está no Brasileirão, é um time médio, mas é inegável que o Furação por sua estrutura está em patamar superior.
Fiz todo esse preâmbulo para dizer que o Guarani tinha um marco negativo em sua trajetória. O rebaixamento no Campeonato Paulista de 2001 e sob o comando de Carlos Alberto Silva, campeão de 1978, foi o estopim de um período de trevas, com rebaixamentos nos anos de 2002 (Rio-São Paulo), 2004 (Brasileirão), 2006 ( Paulistão e Série B), 2009 (Paulistão), 2010 (Brasileirão), 2012 (Série B do Brasileirão) e 2013 (Paulistão). Uma humilhação seguida atrás da outra e que parecia um poço sem fundo.
Eis que dois fatos em 2016 balançaram o coreto. Primeiro a reversão nas quartas de final da Série C do Brasileirão, quando bateu o ASA por 3 a 0 e obteve o acesso. Isso porque perdeu os 90 minutos iniciais por 3 a 1. Na semifinal uma façanha que entrou para a história: perder de 4 a 0 e depois devolver a goleada por 6 a 0 é um daqueles fatos marcantes, capazes de alterar o curso da história. Um jogo que demonstrou a força adormecida de um clube acometido por gestões temerárias e com torcedores detentores de uma vergonha no presente até capaz de empalidecer os feitos do passado.
A goleada sobre o ABC e a consequente classificação para a final diante do Boa Esporte (MG) demonstrou de maneira cabal que o destino ofereceu nova chance ao Guarani. Será que saberá aproveitá-la? Que os dirigentes, jogadores e comissão técnica forneçam a resposta aguardada pelos torcedores.
(Análise feita por Elias Aredes Junior- Foto de Israel Oliveira- Assessoria Guarani F.C)