A cena resvala no patético e no cômico. Era final do primeiro tempo no estádio Moisés Lucarelli e o goleiro Ivan faz importante defesa.
João Brigatti, como era natural, vibra e elogia o seu atleta. Disse que era goleiro de Seleção. Um dirigente do Operário afirma que “é ex-seleção”. Confusão formada. Bate boca, entrada em cena de seguranças e uma ameaça de briga em um estádio sem torcida. Convenhamos: o futebol brasileiro é único.
Não há mocinhos nesta história. Todos que estavam na arquibancada, de um ou lado ou de outro estão errados. Muito errados. O dirigente do Operário que não deveria falar tal impropério. Os dirigentes da Macaca pela reação desmedida.
Tomar as dores do Ivan? O arqueiro é adulto, crescido, consagrado. Vocês acham que realmente ele vai se abalar com esse tipo de critica? Típico conceito de quem tem uma mente cauterizada pelo improviso e amadorismo reinante no futebol do passado.
Em vídeo que circula nas redes sociais, o presidente da Ponte Preta, Sebastião Arcanjo, afirma que a atitude do dirigente do Fantasma foi antiprofissional.
Ora, ser antiprofissional é deixar de pagar salário, dar boas condições de trabalho, efetuar assédio ou sexual no local de trabalho. Isso sim é motivo para repúdio. O dirigente do Operário foi inconveniente. Só.
Talvez Tiãozinho devesse fazer uma reflexão sobre sua própria apresentação no cargo em que ocupa. Sebastião Arcanjo é presidente da Ponte Preta. Representa uma instituição. Uma nação. Não é de bom comparecer em um jogo oficial de bermuda e camisa.
É esta imagem que deseja transmitir? Ninguém aqui deseja ser consultor de moda e nem quer ser. Mas você imaginou ir em uma multinacional em um evento de grande pompa e o presidente da companhia ao invés de terno e gravata estivesse de bermuda e camisa florida? Você estranharia.
Certamente. No futebol não é diferente. É careta? Pode ser. Mas em algumas ocasiões, o conservadorismo faz bem. E transmite credibilidade.
Melhor preocupar-se com isso do que com uma discussão pueril e sem rumo dos dirigentes nas arquibancadas. No final, sobrou só vergonha.
(Elias Aredes Junior)