Antes de criticar Eduardo Baptista, um pedido: verifique quem colocou a Ponte Preta nesta situação

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Não faltam torcedores inconformados com a decisão do CNRD que obriga a Ponte Preta a pagar mais de R$ 1 milhão ao ex-técnico Eduardo Baptista, hoje no Mirassol. O argumento é que vive-se uma péssima hora para se conviver com noticia deste naipe. Prefiro ir por outro caminho: o do cumprimento de acordos, custe o que custar.

Você, torcedor pontepretano, se trabalhasse em um local que não lhe pagasse o seu salário ou aquilo que foi combinado antes de você pegar no batente, ficaria feliz? Estaria satisfeito? Óbvio que não. Tem compromissos para quitar, pessoas dependem do seu esforço e não existe sensação pior do que considerar-se injustiçado. Pergunto: o que treinador, dirigente e jogador tem diferente? Ah, mas eles ganham mais. Pouco importa. Combinado não é caro. Ou dê uma satisfação.

Eduardo Baptista não obrigou ninguém a contratá-lo. Ele não forçou ninguém a abrir espaço aos seus serviços. Pelo contrário. Este jornalista apurou que sua contratação foi feita diretamente pelo ex-presidente Vanderlei Pereira e pelo presidente de honra, Sérgio Carnielli. Posteriormente, em março de 2018, a rescisão foi feita por José Armando Abdalla Junior.

Este trio sim, pode ser culpabilizado pela trapalhada. Abdalla porque aparentemente (repito: aparentemente!) não cumpriu os trâmites trabalhistas estabelecidos na hora da saída do técnico.

E quanto a Vanderlei Pereira e Carnielli? O erro foi ter desprezado o quadro financeiro vivido pela agremiação, que convivia com salários altos no departamento de futebol e certamente não poderia absorver nova obrigação. Não podemos esquecer que Eduardo Baptista quando retornou ao estádio estádio Moisés Lucarelli já tinha uma passagem pelo Palmeiras. Evidente que seu patamar de mercado subiu. A opção deveria ser por um técnico mais barato e que não comprometesse ainda mais os cofres da agremiação.

Construída a história, não culpe Eduardo Baptista. Ele apenas exerce o seu direito legitimo de receber. Devemos cobrar sim de quem contratou e depois foi protagonista do rebaixamento na Série A em 2017 e por quem demitiu, desatento aquilo que deveria feito para que agora a Macaca tivesse um ação a menos em sua conta. O que passar disso é cortina de fumaça.

(Elias Aredes Junior)