Vira e mexe torcedores e até gente do mundo da bola contemporiza o comportamento dos jogadores. Atletas do Guarani ganharam defensores. A Covid devastou o elenco. Destruiu o trabalho do técnico Felipe Conceição e sua ambição pelo acesso. Mesmo assim, alguns torcedores absolveram os atletas.
O fato é que existem desconfianças e suspeitas de que algum atleta trouxe o vírus para o vestiário. Abusou da convivência em aglomerações.
Ao conversar com um amigo na tarde de hoje ele fez uma observação pontual e certeira: “Profissionalismo deles (jogadores) é só para cobrar salário em dia”. Bingo. Na mosca.
Não, ninguém prega aqui que o clube deixe os atletas sem rendimento. Nada disso.
No entanto, é preciso ver o outro lado. Apesar dos erros e equívocos administrativos, é claro que qualquer dirigente do Guarani que senta na cadeira move mundos e fundos para arranjar os recursos para pagar os dividendos de jogadores, comissão técnica e funcionários. E quando tal tarefa não é cumprida, as criticas são merecidas. Salário é sagrado. Seja qual for o valor.
Agora, se o dinheiro “pinga” na conta há uma série de contrapartidas exigidas para o atleta. Não é comparecimento aos treinamentos. Não basta atender aos pedidos do treinador. É preciso responsabilidade na vida em sociedade, encontrar-se antenado com a conjuntura e tomar atitudes coerentes.
Frequentar churrasco, baladas, cultos evangélicos ou qualquer outro evento que signifique aglomeração é produção de risco não somente para o jogador , mas para o clube, que pode ter o seu planejamento arrebentado. Faço só uma conjectura: e se o Guarani não tivesse alcançado os 48 pontos? Qual seria a consequência deste surto no vestiário? Nem pense.
Fato é que os jogadores têm razão em exigirem dos clubes que cumpram as obrigações contidas em contrato. Mas a contrapartida plena e total seria bem vinda. Afinal, falamos de relações trabalhistas com pessoas adultas. Profissionalismo é bem vindo. Desde que seja de todos os lados.
(Elias Aredes Junior com foto de Thomaz Marostegan-Guaranipress)