O torcedor pontepretano terminou a noite de quinta-feira com a noticia de que deve ser anunciada nos próximos dias a chegada do centroavante Paulo Sérgio, atacante com bom rendimento pelo CSA. O jogador tinha processo de renovação com o time alagoano, mas rendeu-se ao flerte pontepretano.
Este negócio demonstra como o torcedor não pode levar tudo a ferro e fogo. Evidente que seria loucura ignorar o processo de contenção de despesas e a folha mirrada, de R$ 500 mil mensais para o Paulistão e que não registrará crescimento substantivo na próxima edição da Bezona. É fato que não dá para desviar o olho dos gigantes presentes na próxima competição nacional e que o mercado está inflacionado.
Só existe um detalhe que faz a diferença: jogar pela Ponte Preta. A pressão é insana? Os torcedores querem resultados de modo imediato? Verdade. Quem sobrevive a tal turbilhão de sentimentos, no entanto, tem dois caminhos a disposição: ou fica no coração do torcedor para sempre ou trilha um caminho de sucesso no mercado.
Renato Cajá encaixa-se no primeiro exemplo enquanto que atletas como Mineiro, Washington, Luis Fabiano, William Pottker, Clayson entre outros podem dividir a sua carreira em duas partes: antes e depois da Ponte Preta.
Abel Braga sobreviveu ao sufoco do Brasileirão de 2003 e três anos depois foi campeão do mundo. Gilson Kleina e Guto Ferreira exibiram bons trabalhos e o patamar profissional melhorou. Fato.
Afirmo isso até por uma questão de alertar para que a autoestima seja preservada de quem senta na arquibancada. Atuar pela Ponte Preta é algo mágico e diferenciado, não somente pela história singular do clube e suas características, mas por sua localização na geografia da bola e sua capacidade de se reinventar apesar da vaidade dos cartolas.
Poderia apostar que Paulo Sérgio aceitou a proposta pontepretana porque sabe que pode representar um passo atrás na parte financeira mas certamente pode ser um salto gigantesco se tudo der certo. Vamos aguardar.
(Elias Aredes Junior)