No encaminhamento de proposta de pagamento das dividas trabalhistas junto ao Núcleo de Execuções, o Guarani apresentou um novo argumento para a comprovar a viabilidade do clube, em cumprir os seus compromissos, que são as revelações das categorias de base.
No documento encaminhado ao Magistrado, a agremiação afirmou que tem atletas formados nas suas categorias de base e com bom potencial de negociação.
O que chamou atenção é que no documento, o Guarani, segundo o juiz, demonstra qual a sua expectativa de arrecadação com alguns atletas. “A proposta de 2020 apresenta projeção de receita 840.000,00 (MMG) + 1.160.000,00 (FPF ) + 1.200.000,00 (CBF) + venda Gabriel Menino 4.000.000,00 + venda Matheus Lima “Bidu” 1.200.000,00 = total de R$ 8.400.000,00”, descreveu o magistrado em sua sentenção de 12 páginas e emitida no dia 04 de março deste ano.
O juiz não ficou em cima do muro e fez uma avaliação daquilo que foi apresentado pelo clube. “(…) Veja-se que as vendas dos atletas não tem data de previsão de sua ocorrência a não ser o ano de 2021, prevendo o valor de R$ 5.200.000,00 em venda de atletas(…)”, afirmou.
Os números não comoveram o juiz que publicou na decisão reportagens que comprovam a renovação de contrato dos atletas citados, o que faria com o valor de mercado aumentasse devido ao novo valor da multa rescisória. Ele ainda fez uma indagação ácida: “(…) Diante de tais reportagens, fica o questionamento do Juízo da Execução: quando viriam/virão as receitas das vendas com contratos recentemente renegociados e multas tão altas de rescisão, especialmente diante do quadro econômico nacional de Pandemia do COVID-19? (…)”, afirmou.
O juiz não aceitou esses e outros argumentos e recusou a proposta de pagamento das dividas trabalhistas do Guarani. O clube já avisou que vai recorrer.
(Texto e Reportagem: Elias Aredes Junior- Foto de Thomaz Marostegan- Guarani F.C)