Fábio Moreno, Ponte Preta e uma entrevista coletiva com declarações corretas na hora errada

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Fábio Moreno errou muito contra o Criciuma. Desempenho que deixou a desejar no banco de reservas. Três semanas se passaram e não se viu nada no gramado. Uma atuação lastimável. Como qualquer ser humano certamente pode e deve evoluir. Demitir é a solução cômoda para quem não desejar rever processos no futebol.

O principal erro do treinador pontepretano ocorreu após os 90 minutos na entrevista coletiva. Vou recordar uma de suas declarações. “Acho que nosso comportamento como equipe não foi satisfatório. Jogos decisivos assim pedem mais empenho, mais dedicação, mais concentração. Nós, como instituição, não estivemos no nosso melhor momento”, disse o técnico que completou: “Parecíamos um pouco acomodados em alguns momentos, pensando que faríamos o gol a hora que quiséssemos. E futebol não é assim. Futebol precisa de mais”, arrematou.

Declarações corretas.

Na hora errada.

Para reforçar meu pensamento, vou recordar a frase dita por João Brigatti, atual técnico do Santa Cruz. Quando dirigia a Ponte Preta, no dia 16 de setembro do ano passado, após o empate por 2 a 2 diante do América Mineiro, em jogo válido pela Copa do Brasil, o técnico foi certeiro. “Conseguimos o gol numa felicidade, mas foi um primeiro tempo muito abaixo da Ponte. Parecia que tínhamos comido uma feijoada. Fiz uma cobrança forte no intervalo, justamente para mudar essa falta de intensidade”, disse Brigatti.

Depois desta declaração, começaram a pipocar as especulações de descontentamento do elenco pontepretano com o outrora comandante.

Pergunta: no teor, qual a diferença daquilo que disse Brigatti para o que declarou Fábio Moreno? Respondo: nenhuma.

Sem delongas: jogador de futebol é corporativa. Gosta de treinador que lhe protege. Nem que a conjuntura seja desfavorável. Vide Renato Portaluppi, que jamais foge do discurso otimista no Grêmio. Querem ser elogiados e que o treinador lhe dê moral com a imprensa.

Que Fábio Moreno abra o olho. Antes que seja tarde.

(Elias Aredes Junior)